16 Maio 2017

Centro de Documentação e Estudos da Cidade de Coimbra vai nascer no edifício da Manutenção Militar

Centro de Documentação e Estudos da Cidade de Coimbra vai nascer no edifício da Manutenção Militar

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, recebeu hoje as chaves do edifício da Manutenção Militar das mãos do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello. Um ato simbólico, que deu, assim, seguimento ao que ficou estabelecido numa escritura celebrada no dia 3 de agosto de 1899, entre a CMC e o então Ministério da Guerra. 

Manuel Machado agradeceu o cumprimento da palavra por parte do Governo e do Exército Português e tornou pública a intenção de instalar no edifício o futuro Centro de Documentação e Estudos da Cidade de Coimbra. “O objetivo de criar aqui o Centro de Documentação e Estudos da Cidade visa dar a conhecer, aos nossos visitantes, aos turistas, a quem quiser, a memória da nossa cidade e mesmo do nosso país”, sublinhou. 

Quase 118 anos depois do acordo celebrado entre a autarquia e o então Ministério da Guerra, o edifício da Manutenção Militar, bem conhecido de todos os conimbricenses, volta para a posse da CMC. Um regresso previsto no documento que as duas entidades assinaram em 1899, que diz que “reverterão para a Câmara o edifício e terreno que ficarem na posse do Ministério da Guerra se deixarem de ser aplicados para a sucursal da Manutenção Militar”, aplicação essa que, como é do conhecimento público, deixou de existir há alguns anos. 

O ato simbólico, de entrega das chaves do edifício, decorreu no final da manhã de hoje, nas instalações da Manutenção Militar. “Queria apenas, em nome do Governo e do Exército, agradecer à Câmara Municipal de Coimbra por nos ter cedido este edifício. Durante mais de 100 anos aqui funcionaram os serviços da Manutenção Militar e, por força do processo de reorganização do Exército, este edifício deixou de ser necessário. Ora, deixando de ser necessário para as funções de natureza militar para as quais tinha sido cedido, nós com muito gosto devolvemos a chave à Câmara de Coimbra, que tenho a certeza que dará um bom uso a este edifício, em benefício da cidade, daqueles que cá vivem e de todos os que a visitam”, afirmou Marcos Perestrello. 

Um uso que foi anunciado, imediatamente a seguir, pelo presidente da CMC. Manuel Machado agradeceu o empenho do governante para a concretização do acordo e “a colaboração inestimável do Exército Português” e anunciou a intenção da CMC instalar naquele espaço o novo Centro de Documentação e Estudos da Cidade de Coimbra, um projeto incluído no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Coimbra (PEDU), que apresenta um valor elegível previsto de 3,6 milhões de euros. 

“Queremos e preparámos a criação, aqui, do Centro de Documentação e Estudos da Cidade. Há um vasto espólio documental nos nossos arquivos, nos nossos serviços, que entendemos que deve ser estudado, analisado, e deve estar acessível à consulta das pessoas”, declarou o presidente da CMC. “Por isso, quando aprovámos o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, com financiamentos do Portugal 2020, assumimos este desafio e contratualizámos uma fonte de financiamento de fundos europeus de 3,6 milhões de euros. Foi o custo estimado, a primeira estimativa do custo de obras, porque só a partir deste momento é que vão entrar aqui os técnicos municipais para fazerem a análise do que está edificado, do que é preciso fazer para a requalificação do edifício, para a adaptação das salas para exposição e, obviamente, para criar condições de conforto”, prosseguiu Manuel Machado.

O presidente da CMC referiu ainda a existência de uma coleção documental de fotografias de Coimbra, que a autarquia tem em sua posse e que virá a ficar patente no novo equipamento. Manuel Machado explicou que essas fotografias foram tiradas por fotógrafos que fugiram de Paris numa altura em que não eram bem vistos pela sociedade e sofriam represálias pelo trabalho que efetuavam. Esses fotógrafos foram acolhidos em Coimbra e, durante a sua estadia, fotografaram os pontos mais importantes da cidade. “Daqui, uma boa parte foi para o Canadá, onde há, na Universidade Pública de Toronto, uma coleção documental de fotografias antigas de Coimbra”, adiantou ainda o presidente da CMC, desafiando os fotojornalistas presentes a irem ver esse espólio à Imagoteca Municipal de Coimbra. 

Manuel Machado admitiu que o processo de recuperação da posse do edifício “não foi fácil” e “foi demorado”, mas realçou sobretudo o facto de ter sido concretizado. “Está feito. Estamos, pois, no espaço e no primeiro instante do arranque do Centro de Documentação e Estudos da Cidade”, concluiu o presidente da CMC, encerrando, assim, a cerimónia de entrega das chaves do edifício da Manutenção Militar de Coimbra à CMC por parte do Governo. Uma cerimónia que contou ainda com a presença de, entre outros, o diretor geral de Recursos da Defesa Nacional, Alberto Coelho, o diretor de Infraestruturas do Exército, Major General António Tavares, a vice-presidente da CMC, Rosa Reis Marques, e os vereadores da CMC, Carlos Cidade e Jorge Alves. 

 

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