Relembrar José Régio e ampliar o reconhecimento público desta figura ímpar da cultura portuguesa são os grandes objetivos do programa de Evocação dos 50 anos da morte do dramaturgo e poeta, que está a ser organizado pelo Ministério da Cultura, as direções regionais de Cultura do Alentejo, do Centro e do Norte, os municípios de Coimbra, Portalegre e Vila do Conde e a UC. “Considerando a importância de Coimbra na vida de José Régio, a Direção Regional de Cultura do Centro decidiu convidar o Município de Coimbra e a Universidade para integrarem o grupo de trabalho e quero agradecer o entusiasmo com que aderiram prontamente a esta iniciativa”, salientou Suzana Menezes, que fez uma breve apresentação do programa nacional, que tem várias ações, com destaque para a edição de 15 títulos do autor que não estão disponíveis no mercado comercial.
A passagem de José Régio por Coimbra foi, assim, o mote para a cidade acrescentar várias iniciativas ao programa evocativo. Afinal, foi em Coimbra que José Régio se licenciou em Filologia Românica e onde teve também um papel preponderante, enquanto fundador da Revista Presença (fundada em Coimbra, em 1927), para o despoletar do primeiro movimento modernista do Canto e da Guitarra de Coimbra. Foi o poeta que divulgou essa nova orientação do Fado de Coimbra, criada por Edmundo de Bettencourt e Carlos Paredes, e a incluiu também na sua poesia, como é o caso da “Balada de Coimbra”. Um bom motivo para a CM Coimbra introduzir também o Fado na programação concelhia, com um espetáculo marcado para maio de 2020, na Praça 8 de Maio, que integrará o tema “Fado Português”, um poema de José Régio, que já foi gravado por Amália e Dulce Pontes.
Além do espetáculo de Fado e da visita guiada “José Régio Presença de Coimbra” – que aconteceu hoje, logo a seguir à conferência de imprensa, e se vai repetir em junho e outubro deste ano – a CM Coimbra apresenta ainda a evocação do autor no ciclo de conferências “Quartas no Torga”, em maio e outubro de 2020, na Casa Museu Miguel Torga; um jantar temático “Sabores da Escrita” dedicado ao autor, em março de 2020, na Casa da Escrita; uma exposição sobre Régio, em junho de 2020, na Casa Municipal da Cultura; o espetáculo “Na Voz do Regresso”, onde o declamador Aureliano Costa e o maestro António Vitorino d’Almeida aliam a música à poesia numa homenagem ao poeta; e várias iniciativas de destaque do autor na programação da próxima Feira Cultural de Coimbra. “Teremos várias iniciativas de evocação do poeta e uma parte substancial vai decorrer nas nossas casas de escritores, que são locais de cultura: a Casa Museu Miguel Torga, a Casa da Escrita e a Casa Municipal da Cultura”, avançou Carina Gomes, que apresentou o programa municipal.
O programa da UC foi apresentado pelo vice-reitor para a área da Cultura, Delfim Leão, e conta com duas iniciativas principais: uma exposição temática documental, a decorrer na Biblioteca Geral da UC, no próximo ano, em data a definir e uma Jornada Regiana, também a realizar-se para o ano. Um programa que está em constante atualização e que vai sendo conhecido durante os próximos meses.
Estas e outras informações sobre a Evocação dos 50 anos da Morte de José Régio, bem como o programa geral (as iniciativas já confirmadas), podem ser consultadas em http://joseregio.org/.