O programa foi apresentado pela vice-reitora da UC para os Assuntos Académicos e Serviços da Ação Social. Cristina Albuquerque explicou que a UC sempre se preocupou com esta matéria, mas que agora, com o UC for All, pretende “intervir de uma forma mais profunda e integrada” com o objetivo de promover a igualdade de oportunidades e equidade não só no acesso à universidade, mas também no sucesso académico e na integração no mercado de trabalho. A vice-reitora recordou que, atualmente, a UC tem 98 estudantes com necessidades especiais, falou das quatro áreas de intervenção principais do programa (acessibilidade física, acessibilidade digital, promoção do sucesso académico e combate ao abandono escolar e empregabilidade), deu exemplos de algumas ações a levar a cabo e terminou convidando Regina Bento, Jorge Alves e Daniel Azenha para se juntarem a ela e intervirem.
Regina Bento deu os parabéns à UC pela iniciativa e falou sobre o papel das autarquias na construção de cidades mais inclusivas. A vereadora admitiu que “as cidades ainda não estão devidamente preparadas para acolher da melhor forma as pessoas com necessidades especiais” e referiu que, em matéria de urbanismo inclusivo, Coimbra tem logo um entrave, por ter vários edifícios que são Património Mundial da Humanidade. A vereadora considerou, contudo, que todos os edifícios construídos de raiz devem cumprir as condições necessárias de acessibilidade para pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Regina Bento referiu, ainda, a importância da empregabilidade para esta população e aproveitou a ocasião para revelar que a CM Coimbra efetuou uma candidatura ao Instituto de Emprego e Formação Profissional e prepara-se para empregar três trabalhadores com necessidades especiais.
Por seu turno, Jorge Alves destacou a importância do percurso escolar das pessoas com deficiência e necessidades especiais, lembrando que a autarquia sempre priorizou esta área “e beneficiou positivamente as meninas e os meninos que têm apoio no âmbito de necessidades educativas de saúde”. “Atualmente, são 276 alunos, entre o pré-escolar e o 1º ciclo”, referiu o vereador, revelando que estes alunos, no âmbito da Ação Social Escolar, não pagam material, nem refeições escolares. “O objetivo passa, agora, por estender estes benefícios a todos os graus de ensino”, considerou, ainda, o vereador que tem a seu cargo o pelouro da ação social.
Jorge Alves, que é também presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), falou ainda da mobilidade no concelho de Coimbra e do “tanto que há ainda por fazer nesta matéria, mas por todos nós”, lembrando que a falta de civismo dos condutores na via pública também cria barreiras para esta população. “Se estacionarmos em cima do passeio (com estacionamentos a 500 metros de distância) estamos a dificultar ou mesmo a impedir a passagem de peões e pessoas com necessidades especiais ou até mesmo do autocarro que as transporta”, considerou, apelando ao bom senso e ao civismo de quem anda na estrada. Jorge Alves lembrou ainda que os SMTUC têm um transporte especial para pessoas com deficiência. Um serviço fundamental, que tem imensa procura e que será sempre melhorado em função da procura que for surgindo.
Daniel Azenha foi o último a intervir. O presidente da Direção-geral da Associação Académica de Coimbra considerou que ainda há muito a fazer para se conseguir dar respostas eficazes às carências das pessoas com deficiência ou necessidades especiais, considerando que, para promover a igualdade de oportunidades no acesso ao Ensino Superior e o sucesso académico das pessoas com necessidades especiais, é preciso uma ação conjunta, entre o Governo, as autarquias locais, as universidades, as associações académicas e a sociedade civil.
A cerimónia foi encerrada pelo reitor da UC, Amílcar Falcão.