2 Dezembro 2020

Coimbra evoca Fernando Assis Pacheco 25 anos após a sua morte

Coimbra evoca Fernando Assis Pacheco 25 anos após a sua morte

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra e o Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra dão início, no próximo dia 04 de dezembro, ao ciclo de conversas “Fernando Assis Pacheco: 25 Anos Depois”, assinalando, assim, um quarto de século da data da morte do jornalista e escritor conimbricense, que faleceu em Lisboa no dia 30 de novembro de 1995. A iniciativa pretende evocar a memória de Fernando Assis Pacheco, cuja obra atravessou a poesia, o romance, as crónicas e que também serviram de base à criação cinematográfica. A primeira sessão decorre já na próxima sexta-feira, pelas 18h00, na Casa da Escrita, e será transmitida nas redes sociais do município.

A primeira de quatro sessões do ciclo abordará a temática “Por coisas da causa” e está marcada para sexta-feira, às 18h00, na Casa da Escrita. Conta com a participação de Francisco Louçã (economista e docente no Instituto Superior de Economia e Gestão) e de Teresa Carvalho (investigadora na área das Ciências Sociais, na Universidade de Coimbra) e será moderada por António Apolinário Lourenço (diretor do Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da UC). O momento será, ainda, complementado com uma leitura de poemas de Assis Pacheco, por atores da companhia de teatro Bonifrates, e a iniciativa terá transmissão em streaming nas redes sociais do munícipio.

 

Todavia, a homenagem a Assis Pacheco estende-se por um ano, até 30 de novembro de 2021.  Espera-se uma abordagem de temas como “O poeta cercado”, “Trabalhos e paixões” e “Com as palavras mais limpas”, que serão debatidos em diferentes espaços da cidade, designadamente, na Feira Cultural de Coimbra, na Antiga Igreja do Convento São Francisco e na Faculdade de Letras da UC, espaço que acolherá o encerramento do ciclo.

 

Recorde-se que Fernando Assis Pacheco nasceu em Coimbra, a 1 de fevereiro de 1937, e licenciou-se em Filologia Germânica, na Faculdade de Letras da UC. O jornalista e escritor conimbricense será homenageado por diversas personalidades da esfera cultural portuguesa, amigos e estudiosos da obra do escritor, entre os quais se encontram nomes como José Carlos de Vasconcelos (jornalista e diretor do Jornal de Letras, Artes e Ideias), João Rodrigues (editor), Abel Barros Baptista (Universidade Nova de Lisboa), Nuno Costa Santos (escritor e guionista) ou Graça Capinha (Universidade de Coimbra).

O público poderá assistir presencialmente às sessões (com lotação limitada a 12 pessoas, sujeito a reserva prévia através dos telefones n.º 239353590 | Casa da Escrita ou n.º 239702630 | Casa Municipal da Cultura), estando assegurado o cumprimento de todas as regras e orientações das autoridades de saúde, indicadas no âmbito do combate à pandemia COVID-19.

 

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Breve biografia

Fernando Assis Pacheco foi jornalista, crítico, tradutor e escritor. Nasceu e viveu em Coimbra até iniciar o serviço militar, em 1961, tendo cumprido parte do serviço militar em Portugal e seguindo, depois, como expedicionário, para Angola, onde esteve até 1965, experiência que viria a marcar a sua obra, sobretudo, poética.

 

Na juventude, foi ator de teatro e redator da revista Vértice. Nunca conheceu outra profissão que não fosse o jornalismo: deixou a sua marca de grande repórter no Diário de Lisboa, na República, no Jornal de Letras, Artes e Ideias, no Musicalíssimo e no Se7e, onde foi diretor-adjunto. Foi também redator e chefe de redação de O Jornal (semanário onde exerceu, durante dez anos, crítica literária) e colaborador da RTP. Conhecido pelo seu sentido de humor, tornou-se popular graças à sua participação no concurso televisivo “A Visita da Cornélia”.

 

Começou a publicar nos anos 60. O livro Cuidar dos Vivos (1963) foi o seu texto de estreia numa obra que veio a tornar-se única. Entre as demais publicações, encontram-se Câu Kiên: Um Resumo (poesia), de 1972 (republicado em 1976 com o título Katalabanza, Kilolo e Volta), Walt (novela), de 1978, Memórias do Contencioso e Outros Poemas (poesia), de 1980, A Musa Irregular (antologia poética), de 1991, Trabalhos e Paixões de Benito Prada (romance), de 1993, Retratos Falados (coletânea de entrevistas), póstumo, em 2001, Respiração Assistida (poesia), póstumo, em 2003, Memórias de um Craque (crónicas), póstumo, em 2005, Bronco Angel, o cow-boy analfabeto (folhetim, primeiro volume da obra completa), póstumo, em 2015, Tenho Cinco Minutos Para Contar Uma História, póstumo, em 2017 e A Musa Irregular – edição aumentada (antologia poética), a título póstumo, publicada em 2019.

 

Amante de livros e da vida, morreu aos 58 anos, à porta da “Livraria Buchholz”, com um saco de livros na mão, acabados de comprar. A importância cultural de Fernando Assis Pacheco está perpetuada na toponímia de Coimbra e Lisboa, as cidades que o viram nascer e morrer.

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