A CM Coimbra continua a expandir o serviço público de transportes para várias localidades do concelho. Esta proposta surge na sequência da entrada em funcionamento das cinco novas linhas que a CM Coimbra preparou para alongar a rede dos SMTUC e que, desde dezembro do ano passado, servem as freguesias de Almalaguês, Antanhol, Assafarge, Ceira, Cernache, São Martinho do Bispo e Torres do Mondego, com mais de 140 horários e cerca de 2000 quilómetros. Um reforço que permitiu um aumento significativo da oferta a nível de horários e que os habitantes destas zonas passassem a usufruir dos passes sociais e tarifários praticados nos SMTUC.
A introdução destas novas linhas foi sendo acompanhada pelos serviços municipais e pelos SMTUC de modo a apurar eventuais necessidades de ajustamentos na oferta e ir ao encontro de algumas solicitações da população, como por exemplo o acesso à Extensão de Saúde de Cernache. Algumas dessas alterações foram introduzidas em novembro passado e, nessa altura, entraram em funcionamento as Linhas n.º 201 e 201T, que passaram a servir as povoações de Vila Pouca e Casa Telhada. A possível extensão da rede à povoação de Orelhudo já estava, nessa data, a ser estudada, através da introdução de uma variante da Linha n.º 201, denominada de Linha n.º 203.
Desta forma, a proposta que agora foi aprovada pelo executivo municipal passa pela extensão da rede de transportes públicos até à localidade de Orelhudo, a partir de 04 de janeiro, através de um serviço flexível, a Linha n.º 201 (Cernache – Vila Pouca), sendo que esta variante vai passar a ter a designação de Linha n.º 203 (Cernache/Casconha – Orelhudo) e será realizada com base no aproveitamento dos meios existentes ao serviço da Linha n.º 201, não sendo necessária a afetação de mais meios humanos e materiais. Na Linha n.º 201 vai, contudo, ser suprimido um horário nos dias úteis (partida de Cernache às 7h42 e de Vila Pouca às 7h53), que tinha procura reduzida e para a qual existe oferta antes e depois, com pouca diferença horária.
A nova variante, com a designação de Linha n.º 203, vai fazer o seguinte percurso: o ponto de horário será Cernache (Casconha), no novo interface preparado para este efeito, Rua da Escola, Rua da Ribeira da Casconha, Orelhudo (Rua das Alminhas, Rua de Baixo e Largo da Fonte), Estrada Principal, Rua Fonte da Lapa, Rua da Escola e novamente Cernache (Casconha), sendo que, em alguns horários, terminará na Extensão de Saúde de Cernache. Agora que aprovada a proposta, a localidade de Orelhudo passa a ser servida, em regime experimental, com oito viagens nos dias úteis, quatro aos sábados e três aos domingos e feriados.
O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, destacou que a política de aquisição de novos veículos vai permitir que, em 2021, os SMTUC consigam alargar a oferta à zona norte do concelho. Recorde-se que a autarquia, nos últimos sete anos, reforçou a frota com 67 viaturas: 42 autocarros (10 elétricos), 23 miniautocarros (11 elétricos e 2 híbridos) e duas carrinhas de transporte especial, num investimento de cerca de 12 milhões de euros. Em curso está ainda a decorrer a aquisição de cinco novos autocarros 100% elétricos ‘standard’, e respetivos carregadores, à empresa BYD Europe B.V., por 2,4 milhões de euros. O objetivo da autarquia é, também, continuar a renovar a frota dos SMTUC com veículos com melhor desempenho ambiental e reduzir o impacto negativo das emissões de gases com efeito de estufa e de outros poluentes atmosféricos.
Além da aquisição de veículos, a CM Coimbra está também a reforçar o serviço público de transportes urbanos através da contratação de motoristas, para permitir a expansão da rede. Em março, a autarquia abriu concurso para a admissão de 20 novos assistentes operacionais, com a função de motorista, e admitiu, no passado dia 6 de janeiro, 16 novos motoristas para os SMTUC. Ao todo, desde 2018, a autarquia já admitiu 54 trabalhadores para a função de motorista de transportes coletivos de passageiros.
Recorde-se ainda que estes custos são suportados integralmente pela autarquia, sem receber quaisquer subsídios de apoio do Estado, ao contrário de Lisboa e do Porto, por exemplo, à exceção da aquisição de autocarros elétricos que é financiada por fundos comunitários. O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, declarou, hoje, que esta situação é “inaceitável”. O autarca denunciou que o fundo ambiental previa 94 milhões de euros para financiar os transportes urbanos, sendo que cerca de 90 milhões de euros foram atribuídos às áreas metropolitanas e apenas quatro milhões de euros ao resto do país. “Isto é prejudicial para os municípios que têm transportes públicos urbanos municipalizados, como é o caso de Coimbra, onde os custos com os SMTUC são suportados pelos cofres municipais”.