29 Maio 2021

Saiba tudo sobre as obras de requalificação da Rua e Largo do Quebra Costas, do Largo da Sé Velha e das Escadas e Beco da Carqueja, na Alta de Coimbra

Saiba tudo sobre as obras de requalificação da Rua e Largo do Quebra Costas, do Largo da Sé Velha e das Escadas e Beco da Carqueja, na Alta de Coimbra

A Câmara Municipal de Coimbra tem em curso uma empreitada de valorização do Largo da Sé Velha, da Rua e Largo do Quebra Costas e das Escadas e Beco da Carqueja, na Alta de Coimbra.
Sabe o que está a ser feito no âmbito desta obra? Os técnicos municipais elaboraram o seguinte artigo para o ajudar a saber tudo sobre este grande investimento que vai valorizar e modernizar este percurso entre a Alta universitária e a Baixa da cidade, melhorar a segurança, o conforto e a funcionalidade do local, apoiando assim os agentes económicos e os moradores da zona, mas mantendo a genuinidade e tradicionalidade deste espaço ímpar de Coimbra.

A obra representa um investimento de 1,6M€, foi consignada no dia 15 de abril de 2021 e está a cargo da empresa que venceu o concurso público, a Construções Castanheira & Joaquim, Lda..

 

O objetivo é melhorar a mobilidade e a segurança pedonal, deste percurso Universidade de Coimbra/Arco de Almedina, onde agora está instalado também o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, criar mais esplanadas e organizar a circulação e estacionamento automóvel. A autarquia dá assim sequência à requalificação da zona histórica da cidade, como previsto no seu Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), sendo que o investimento global já ascende a perto de 4M€.

 

Esta empreitada está divida em três lotes. A intervenção no Largo da Sé Velha, a intervenção na Rua e Largo do Quebra Costas e a requalificação das Escadas e Beco da Carqueja.

 

 

Rua e Largo do Quebra Costas

A intervenção na Rua e Largo do Quebra Costas representa um investimento de 583.016,60 euros (IVA incluído). A obra pretende repavimentar, com materiais de maior resistência e atrito, esta que é uma das zonas mais movimentadas da Alta de Coimbra e parte essencial do percurso de ligação da Universidade à Baixa, desde o Largo da Sé Velha ao Arco de Almedina, a principal porta da antiga cidade.

 

A maior parte do percurso é em escadaria, com degraus altos e de acentuado declive, pelo que se pretende melhorar as condições de acessibilidade com o redimensionamento da altura de cada degrau e a introdução de um percurso pedestre mais confortável.

 

 

  • Porque é que as escadas vão ser requalificadas?

A palavra-chave é segurança.

O pavimento das escadas apresenta muito desgaste e é já composto por diversos materiais, tais como calcário, granito e mármore. Já os patamares são de calçadinha portuguesa e calcário miúdo, sendo a parte inferior da área de intervenção é composta por lajetas, lancis, degraus de calcário e, ainda, calhau rolado.

Atualmente, as escadas têm um dimensionamento corrente de 18 a 21cm de altura e de 32 a 37cm de cobertor, pelo que se considerou rever esta altura dos degraus, que vão passar a ter 17cm de espelho e 30cm de cobertor. As alterações introduzidas vão melhorar significativamente o conforto do percurso.

Quem trabalha/vive junto ao Quebra Costas apercebe-se de que acontecem muitas quedas, em particular quando o piso calcário está molhado. Dessa forma e para reduzir esse risco, as pedras calcárias, moles por natureza, eram periodicamente picadas como as imagens seguintes ilustram.

 

 

Estas fotografias são de 2006, na Rua do Arco de Almedina, mas era operação comum em todo o percurso do Quebra Costas. As imagens são de repetidas ações de picagem do pavimento a fim de aumentar o atrito e prevenir quedas.

 

 

  • Que material será utilizado nesta requalificação?

Para proceder à melhoria do conforto de todo o percurso, os degraus maciços serão em granito de grão fino serrado, bem como parte dos patamares junto ao Beco da Cima e alguns dos percursos de ligação junto aos edifícios, mantendo-se o calhau rolado nos patamares do Quebra Costas e no Beco de Cima e Beco da Imprensa.

O calhau rolado é também utilizado no largo do Quebra Costas como forma de unificação de todas os alinhamentos dos edifícios e percursos que aqui acontecem – os percursos do próprio Quebra Costas e as ligações com a Rua do Arco de Almedina e Rua Fernandes Tomás. A utilização de calçada permite ainda a adaptação às diferentes cotas com muito maior flexibilidade que a utilização de lajes de pedra.

 

 

  • A utilização de granito é nova neste local?

Não. Em diversa bibliografia e nos anais da Câmara de Coimbra existem referências históricas a obras no Quebra Costas, nomeadamente em 1780 e 1840. Em 1900, depois de queixas registadas por moradores decide-se em 1901 a utilização de degraus em granito, tendo o procedimento sido repetido em 1905. Saiba mais aqui.

A utilização deste material não é nova neste local e já remonta ao início do século XX. Depois disso, também na década de 80 foi intervencionado um lanço das escadas tendo sido utilizado o granito.

No início do século XXI, começou a falar-se novamente de requalificar as escadas com a utilização do granito, havendo diversas notícias que dão conta disso mesmo. Leia aqui notícia de 2008 do Jornal de Notícias, com a Lusa.

 

A pedra de granito tem também sido utilizada em diversas reabilitações recentes de espaço urbano na Alta e Baixa de Coimbra com bons desempenhos na melhoria de conforto para os peões.

Os arquitetos defendem que a alteração de materiais não é feita de ânimo leve. Porém, havendo objetivamente falhas na forma como servia a utilização do calcário nos pavimentos, recusar a sua alteração seria irresponsável a quem tem a obrigação de garantir a segurança no espaço público.

 

 

  • A utilização de granito foi aprovada pelas entidades competentes?

Todas as obras que são realizadas no centro histórico de Coimbra têm de ter parecer de diversas entidades, desde logo da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), uma vez que são zonas classificadas ou na sua proximidade.

A utilização de granito nos degraus não teve qualquer objeção por parte da DRCC, que emitiu dois pareceres favoráveis condicionados, em 2017 e 2018, onde é descrito: 

Salienta-se ainda que os programas preliminares, os anteprojetos, os projetos de execução, os cadernos de encargos, a execução da obra, a fiscalização e o acompanhamento arqueológico da mesma, são realizados por profissionais especialistas em diversas áreas.

 

 

  • Quando foram aprovadas as peças desta intervenção e quem aprovou?

O Programa Preliminar desta intervenção foi aprovado, por unanimidade, na reunião da Câmara Municipal de Coimbra de 05/12/2011, no qual já se previa a substituição do material atual por um mais resistente. Pode ler aqui a deliberação de 2011.

Mais recentemente, em reunião da Câmara de 13/02/2019, a abertura do concurso público para esta intervenção foi também aprovada por unanimidade de todos os vereadores. Pode ler aqui a deliberação de 2019, na qual a presença de granito não é sequer uma questão levantada.

 

 

  • As escadas que estão a ser substituídas e partidas são as originais da idade média?

Não. Como referido anteriormente, ao longo dos séculos têm sido várias as intervenções nas escadas do Quebra Costas. É importante, por isso, salientar que as escadas existem há séculos, mas não os degraus que estão a ser removidos atualmente.

Estes patamares foram resultado não de uma grande remodelação, mas de obras pontuais que trabalharam eventualmente um ou dois lances de cada vez ao longo dos séculos, mas que foram sempre acontecendo. Ou seja, o que está agora em curso é também histórico, pelo facto de ser uma obra completa para uniformizar toda aquela zona, degraus e patamares.

 

 

 

  • Existem registos arqueológicos das escadas originais?

No decorrer da empreitada, já foram encontrados por baixo da superfície atual alguns dos degraus antigos, que estão registados e preservados de acordo com as normas arqueológicas, sendo contínuo o acompanhamento por especialista da área.

 

 

Largo da Sé Velha

 

Informação em atualização.

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