14 Junho 2022

Mário de Carvalho vence Grande Prémio de Literatura Biográfica da APE e da CM Coimbra

Mário de Carvalho vence Grande Prémio de Literatura Biográfica da APE e da CM Coimbra

O escritor Mário de Carvalho venceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga, com a obra “De maneira que é claro…”, que é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Escritores e da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, a cumprir a segunda edição. Mário de Carvalho é distinguido com uma obra que se destacou “quer pela exímia qualidade estético-literária, contida e vigiada, quer igualmente pelo valor testemunhal e memorialístico das suas evocações”, afirma o júri em ata. O prémio será entregue a 7 de julho, no âmbito da programação da 43ª edição da Feira do Livro de Coimbra, que decorre na Praça do Comércio, de 1 a 10 de julho.

Editado em 2021, ano em que celebrou 40 anos dedicados à escrita, “De maneira que é claro…” (Porto Editora) é um conjunto de relances breves, reminiscências e memórias de Mário de Carvalho, que vão da infância nos bairros da Graça e da Penha de França, em Lisboa, à prisão e exílio antes do 25 de Abril, passando pela família, a época estudantil, a consciência política, os movimentos associativos e os encontros clandestinos.

 

Ao prémio, com um valor monetário de 12.500 euros, concorreram obras literárias publicadas em 2021 nos domínios da biografia, autobiografia, fotobiografias, diário, memórias, entre outros, refere a associação. O júri foi constituído pelos escritores, professores e investigadores José Manuel Mendes, Cândido Oliveira Martins, José Carlos Seabra Pereira e Maria de Lurdes Sampaio.

 

Nascido em Lisboa, em 1944, combatente pela democracia, contra a ditadura, que o levou à prisão, Mário de Carvalho estreou-se na literatura aos 37 anos, com “Contos da sétima esfera”, publicados em 1981. Desde então, entre romance, novela, conto, ensaio, crónica, teatro e literatura para a infância, soma mais de 30 títulos, entre os quais se encontram “Um deus passeando pela brisa da tarde”, “A inaudita guerra da avenida Gago Coutinho”, “Os alferes”, “Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto”, “Apuros de um pessimista em fuga”, “Fantasia para dois coronéis e uma piscina” e “Se perguntarem por mim, não estou seguido de Haja harmonia”.

 

Os prémios chegaram desde logo com as primeiras obras, como o Prémio Cidade de Lisboa e o Prémio D. Dinis, atribuídos ainda durante a década de 1980. Entre outros, recebeu os Grandes Prémios de Romance e Novela, Conto e Teatro da APE, o prémio do PEN Clube Português, de narrativa e de ensaio, o prémio internacional Pégaso de Literatura, o Prémio Fernando Namora, por duas vezes, o Grande Prémio de Literatura dst e o Prémio Vergílio Ferreira, de carreira, da Universidade de Évora.

Em 2020, recebeu, pela quarta vez, um grande prémio da APE, este de Crónica e Dispersos Literários, pelo livro “O que eu ouvi na barrica das maçãs”.

 

“De maneira que é claro…” garante-lhe um quinto Grande Prémio da APE, desta vez na área da Literatura Biográfica. Em 2021 foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante.

 

LUSA/CM Coimbra

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