“Vamos mudar o paradigma de 90% no Ingote, para 90% fora do Planalto do Ingote (incluindo estes novos projetos)”, afirmou José Manuel Silva, durante a Assembleia Municipal de Coimbra, que arrancou com uma intervenção de um porta-voz que representava quatro associações de moradores. Rui Calado interveio em representação das associações de moradores do Bairro da Rosa, Bairro António Sérgio, Rua Cidade S. Paulo e Monte Formoso.
“Não se podem tomar decisões sem se ouvir as pessoas”, alertou o munícipe. Recorde-se que a Estratégia Local de Habitação, aprovada no anterior mandato em que o executivo era liderado pelo PS, não ouviu moradores, assistentes sociais ou até os beneficiários, que poderão vir a ser forçados a mudarem o seu local de residência e redes informais de apoio, tal como referiu Rui Calado.
Na resposta, José Manuel Silva frisou que pretende “uma mudança radical” e que o seu executivo não quer concentrar mais população no Bairro do Ingote. O autarca justificou a decisão por a estratégia e o loteamento já terem sido definidos pelo anterior executivo, alegando que a mudança de decisão quanto àquela obra levaria à perda de financiamento. “Se perdermos o financiamento, não respondemos à necessidade das pessoas”, frisou.
Sobre a construção do Centro Cívico do Ingote, José Manuel Silva frisou que o gabinete do arquiteto Carrilho da Graça “está a trabalhar no projeto”, que tem de ser adaptado à “realidade e legislação atual”.
Também o presidente da União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, Luís Correia defendeu que a Estratégia Local de Habitação deva ser “seriamente discutida pela primeira vez”, vincando que é necessário desconstruir o mito em torno do Ingote.
CM Coimbra/LUSA