18 Outubro 2022

Crise energética: CM de Coimbra vai reduzir iluminação ornamental e natalícia

Crise energética: CM de Coimbra vai reduzir iluminação ornamental e natalícia

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai reduzir substancialmente a iluminação ornamental na cidade e vai cortar em 41% o número de horas das luzes de Natal devido à crise energética. A decisão foi anunciada ontem, dia 17 de outubro, em Reunião de Câmara.

O Plano de Poupança de Energia da Câmara de Coimbra prevê, numa primeira fase, a poupança de 68 mil euros anuais e uma redução de 66,5% dos consumos atuais, afirmou a vereadora Ana Bastos, que falava no período antes da ordem do dia da reunião do executivo. Esta primeira fase implica desligar a iluminação ornamental da ponte Rainha Santa, desligar a iluminação ornamental de todas as rotundas e limitar a iluminação ornamental em estátuas e monumentos aos fins de semana entre as 18h00 e as 23h00, com exceção para os Arcos do Jardim e ponte Pedro e Inês, por terem um sistema mais recente de iluminação, referiu. Está ainda previsto limitar a ativação das fontes ornamentais aos fins de semana, entre as 10h00 e as 21h00.

 

O plano prevê ainda uma segunda fase, a entrar em vigor “com base na evolução dos preços da energia”, que prevê desligar a iluminação ornamental de todas as igrejas e capelas e desligar a iluminação ornamental de edifícios e estátuas com sistema binário. Esta segunda fase prevê um corte de 87% dos consumos, realçou Ana Bastos. Para além destas medidas, a vereadora avançou que a iluminação pública de Natal irá “sofrer cortes significativos, relativamente a 2021”. Por a iluminação para esse período festivo já estar adjudicada para um período mais alargado, as luzes de Natal irão ser ativadas em 01 de dezembro, mas irá optar-se por “reduzir o período diário de iluminação”.

 

“Atendendo a que parte significativa da iluminação se situa em zonas eminentemente comercial e de serviços, onde o comércio fecha às 19h00, optou-se por considerar o período das 18h00 às 23h00. Com estes horários, o período global de iluminação será de 189 horas, abaixo do valor máximo recomendado pelo Governo e francamente inferior ao período correspondente a 2021, que foi de 320 horas (redução de 41%)”, salientou Ana Bastos. Segundo a vereadora, a autarquia está também a avaliar “a forma mais rápida e eficiente de conseguir maiores poupanças energéticas e consequentemente redução de custos”, no que diz respeito à iluminação pública.

 

“Importa ainda informar que foi constituída uma equipa interna de trabalho para reflexão, planeamento e apresentação de propostas de medidas de racionalização relativo ao consumo de energia (elétrica e gás), nas instalações, nos equipamentos e edifícios municipais, pelo que a breve trecho estaremos em condições de apresentar o Plano Municipal de Poupança Energética 2022-2023”, avançou.

 

LUSA/CM Coimbra

 

 

Intervenção completa da vereadora Ana Bastos, no período Antes da Ordem do Dia da Reunião de Câmara e 17 de outubro:

 

Informamos que já a partir desta semana a CMC irá adotar um conjunto de medidas integrantes do Plano de Poupança de Energia em elaboração na CMC, dando assim um primeiro passo na resposta ao repto lançado pelo Governo através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 82/2022 de 27/09/2022. Estas ações constituem assim um primeiro contributo para que Portugal dê resposta ao objetivo de reduzir voluntariamente em 15 % do consumo energético traçada no Regulamento 2022/1369 do Conselho, de 5 de agosto de 2022 e que concorre para o objetivo comum da União Europeia

 

Esta necessidade surge na sequência da crise geopolítica que assola a Europa, com graves implicações no setor da energia e em resposta às dificuldades e às perturbações do mercado mundial da energia. Trata-se ainda de um pequeno pacote de medidas de caráter temporário mas com impacto imediato e que permitirá uma poupança significativa no consumo de energia, associada a iluminação ornamental, em espaços públicos.

 

Para isso importa perceber que atualmente o sistema de iluminação ornamental e do funcionamento das fintes ornamentais é responsável, por gastos que ultrapassam os 100 mil euros anuais. 60% dos consumos estão concentrados nas fontes ornamentais, as quais com algumas excepções estão maioritariamente ativadas entre as 8 e as 22h. Por sua vez 25% deve-se à iluminação decorativa de edifícios, monumentos e estátuas, a qual está genericamente ligada entre as 20h e as 8h da manhã.

Refira-se de antemão que muitos dos sistemas de iluminação ornamentais não permitem fasear o consumo, tratando-se de um dispositivo binário (on/off), o que impossibilita a imposição de restrições intermédias, seja por fases seja horária.

 

Dada a imprevisibilidade da evolução futura do sector energético, foram delineadas 2 fases de atuação:

 

1ª fase de aplicação imediata, inclui as seguintes medidas:

  1. Desligar a iluminação ornamental da ponte Rainha Santa
  2. Desligar a iluminação ornamental de todas as rotundas já que estão localizadas em domínio urbano, provido de iluminação pública.
  3. Limitar a iluminação ornamental (estátuas e monumentos) aos fins de semana entre as 18 e as 23h (mantem os sistemas binários ativados). São excepção os arcos do Jardim e a Ponte Pedro e Ines, onde, pelo facto do sistema o permitir, se irá desativar 1 fase de iluminação e limitar o acionamento a horários fora das horas de ponta;
  4. Limitar a ativação das Fontes ornamentais aos fins de semana entre as 10 e as 21h.

 

Estas ações repercutem-se numa poupança de mais de 68 mil euros anuais, ou seja numa redução em 66,5% dos consumos atuais.

 

2ª fase – a entrar em vigor com base na evolução dos preços da energia. Manter os níveis de restrição da fase 1 aos quais acresce:

  1. Desligar a iluminação ornamental de todas as igrejas/capelas
  2. Desligar a iluminação ornamental (edificios, monumentos estátuas) providos de sistema binário;
  3. Limitar o horário de ativação das Fontes ornamentais aos fins de semana entre as 14 e as 18h.

 

Este pacote de ações repercute-se numa poupança de cerca de 90 mil euros, ou seja em 87,30% dos consumos. Aos valores apresentados quer para a 1ª quer para a 2ª fase haverá a acrescer os gastos com a fonte cibernética, a qual apesar de estar sob a gestão das Águas de Coimbra, foi já solicitado ao seu Conselho de Administração que compatibilizasse os horários de funcionamento com s estabelecidos pela CMC.

 

Também a iluminação pública de Natal irá sofrer cortes significativos relativamente a 2021.

 

Tendo presente a Resolução do Conselho de Ministros n.º 82, de 27 de setembro, o Governo recomenda  que “De 6 de dezembro de 2022 a 6 de janeiro de 2023” devem ser ajustados “os períodos de utilização da iluminação natalícia para o horário entre as 18h00 e as 24h00”, esta medida traduz-se num período de iluminação ativa, de 192 horas, no máximo.

 

Uma vez que iluminação já tinha sido adjudicada para um período mais alargado, a ativação das luzes de Natal será antecipada para o fim de semana anterior, dia 1 de dezembro, optando-se por reduzir o período diário de iluminação. Atendendo a parte significativa da iluminação se situa em zonas eminentemente comercial e de serviços, onde o comércio fecha às 19h, optou-se por considerar o período das 18-23h. A exceção será o dia de passagem do ano, cuja iluminação será mantida até às 3h. Com estes horários o período global de iluminação será de 189 horas, abaixo do valor máximo recomendado pelo governo e francamente inferior ao período correspondente a 2021, que foi de 320 horas (redução de 41%).

 

Aproveito a oportunidade para informar que o projecto piloto para substituição das 170 luminárias tradicionais por luminárias LED na Quinta S. Jerónimo está praticamente concluído, medida que permitirá uma poupança de energia no mínimo de 60%, podendo com sensorização, aumentar até aos 80%. Está ainda em fase de preparação o 2º estudo piloto aplicado às ruas da Baixa de Coimbra o qual envolve a substituição de 90 luminárias. Sobre as restantes luminárias instaladas no Concelho que ainda não são de tecnologia LED, além do plano de substituição acordado com a E-Redes, o município está a avaliar com Empresas de Serviços Energéticos a forma mais rápida e eficiente de conseguir maiores poupanças energéticas e consequentemente redução de custos.

 

 Importa ainda informar que foi constituída uma equipa interna de trabalho para reflexão, planeamento e apresentação de propostas de medidas de racionalização relativo ao consumo de energia (elétrica e gás), nas instalações, equipamentos e edifícios municipais, pelo que a breve trecho estaremos em condições de apresentar o Plano Municipal de Poupança Energética 2022-2023.

 

Estão desde já em preparação ações de sensibilização para divulgação das medidas recomendadas pelo Governo para a Administração Pública, central e local e setor privado, com vista a envolver quer os funcionários da CMC nesta causa, quer ainda a sociedade em geral.

 

Porque esta é uma causa que nos deve envolver a todos, estamos sempre abertos a ouvir quer o executivo municipal quer dos munícipes em geral, pelo que convidamos todos os interessados a nos fazerem chegar propostas e sugestões que possam ser integrados nesse plano global.

 

 

Kiss&Ride Solum

 

A vereadora Regina Bento, pelos vistos, mantém muitas dúvidas sobre a história que antecede a criação do parque Kiss & Ride da Solum, pelo que tenho todo o gosto em esclarecê-la. No seu Facebook manifestou a sua discordância em relação à solução adotada, quando a solução que a Sra. Vereadora aprovou em 2019, era francamente mais intrusiva e tinha externalidades muitíssimo mais graves. Por isso vale a pena fazer a história do parque da Solum!

 

Há 15 anos, quando que se discutiu o projeto do Metro de Superfície (modo ferroviário), e em particular a possível “variante à Solum”, os pais das crianças do Jardim de Infância (JI) João de Deus insurgiram-se contra o projeto alegando problemas de segurança. As alternativas postas em cima da mesa passavam por manter o metro de superfície no canal ferroviário da antiga linha da Lousã, ou desviá-lo através da R. General Humberto Delgado, aproximando-o dos polos de procura (diversos equipamentos escolares e comerciais). A variante acabou por avançar por acertada decisão da então Secretária de Estado Ana Paula Vitorino.

 

Nessa altura, no âmbito das sessões de discussão do projeto, a Metro Mondego (MM) assumiu o compromisso de adotar soluções para mitigar os problemas e facilitar a acessibilidade dos pais do JI. Foram discutidas várias as soluções, designadamente a transferência do portão de entrada para as traseiras do JI de forma a poderem aceder através do estacionamento frontal ao Girassolum, mas sem sucesso. E foi nessa altura que a solução acordada passou pela construção de um parque de estacionamento a localizar no espaço verde, localizado entre o Girassolum e o Alma Shopping. Se a vereadora não concorda com a solução, muito estranho que não tenha tido a mesma atitude nem quando o Executivo que integrou, aprovou o estudo prévio em 2018, nem quando aprovou o projeto de execução em 2019, e, portanto, deixou que a intervenção fosse incluída na empreitada do SMM troço Alto de S. João-Portagem. Mas importa ainda esclarecer que a obra consignada em novembro de 2021, e repito aprovada pelo executivo da vereadora não só previa o abate integral das árvores existentes nesse espaço (cerca de 20 árvores que em quase 20 anos se tornaram adultas), como previa a impermeabilização integral do espaço arrelvado, por recurso a material betuminoso, tratando-se ainda de um parque permanente para prevalecer posteriormente ao final do projeto do MetroBus.

 

Entre o final de abril e início de maio, no âmbito dos trabalhos preparatórios da empreitada, a CM de Coimbra, em parceria com a MM, promoveu uma série de reuniões entre as quais com a Associação de Pais e Direção do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro e com a direção do JI para comunicar o avanço da obra e as medidas de apoio que iriam ser adotadas. Foi na sequência desses trabalhos que o atual executivo camarário tomou contato com projeto aprovado e de imediato defendeu a revisão da solução de forma a reduzir a área de intervenção e do nível de impermeabilização, impondo mesmo a manutenção dos espaços de circulação pedonal e de todas as árvores existentes.

 

Considerando o compromisso anteriormente assumido por parte da MM para a construção do parque, o atual executivo camarário prontificou-se a estudar, com carácter de urgência, uma solução alternativa, menos intrusiva e igualmente funcional. Foi isso que aconteceu! Em poucos dias, a CMC apresentou uma nova solução, onde limita a ocupação a cerca de metade da área do parque verde, é definido um esquema de circulação que não abate nenhuma árvore, é reforçada a estrutura arbórea com mais 15 árvores, recorre-se ao uso de grelhas de arrelvamento para garantir a permeabilidade do solo solução, e assume-se o carácter provisório da intervenção ao admitir-se que o  parque se manteria em funcionamento apenas durante o período de obra, solução global que mereceu a anuência imediata da MM. Assumiu-se ainda que se iria adotar um esquema eficaz de controlo de acesso para evitar abusos, e que seria alargado ao uso do JI Municipal.

 

Reafirmo que por decisão deste executivo, após o términus da obra e a entrada ao funcionamento do MetroBus, o parque de estacionamento será reconvertido em espaço verde, na medida em que, importa fomentar o uso do Metrobus e os dois estabelecimentos beneficiarão de uma alternativa de deslocação fiável e confortável.

 

Fica assim demonstrada a sensibilidade do atual executivo para respeitar os direitos de todos, a qualidade dos espaços pedonais e para defender os espaços de lazer, zonas verdes e as árvores. À vereadora Regina bento recomendo que passe a analisar as responsabilidades do executivo anterior, antes de atacar o atual executivo, o qual, mesmo não concordando na integra com algumas ações, faz questão de respeitar os compromissos assumidos pela instituição Câmara Municipal de Coimbra.

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