Lourenço Chaves d’Almeida não se tratou de um simples ferreiro ou mesmo de um vulgar artista do ferro forjado, mas de um homem de elite, com uma apreciável cultura e apurada sensibilidade para a arte em geral, lê-se na informação que vai para apreciação, na sequência da proposta de doação de José Machado Lopes. Entre as numerosas obras de Lourenço Chaves d’ Almeida, destacam-se o Lampadário/Chama da Pátria (Mosteiro da Batalha), o Lectus Pompeiano (Veva de Lima), o Relicário (Afonso Lopes Viera) e o lustre da CM de Coimbra.
Os serviços municipais justificam a aceitação desta doação por Lourenço Chaves d’ Almeida tratar-se de uma figura notável, que viveu e laborou em Coimbra e que o seu acervo documental permite dimensionar a promoção e difusão da sua vida e obra, é de valor inestimável para o estudo e compreensão da sua estreita relação com António Augusto Gonçalves, cujo espólio também se encontra na Biblioteca Municipal de Coimbra. Entende-se, ainda, que o espólio agora doado é, igualmente, de valor inestimável para a compreensão e estudo da sua ligação a outros vultos notáveis do seu tempo e contribui para a valorização da história e cultura da cidade de Coimbra.
Lourenço Chaves d’ Almeida contactou com parte da elite intelectual e polÃtica do seu tempo, nomeadamente, Joaquim Teixeira de Carvalho (Quim Martins), Afonso Lopes Vieira, Belisário Pimenta, Bissaya Barreto, Marechal Gomes da Costa e, mais estreitamente, como seu discÃpulo, com António Augusto Gonçalves, vulto da cultura e história conimbricense, tendo mesmo desempenhado funções na Escola Livre das Artes do Desenho, no Museu Machado de Castro e como Mestre das Oficinas de Serralharia Mecânica da Escola Brotero.