15 Novembro 2023

Mostra fotográfica “Revoluções” de Uliano Lucas inaugura 6ªfeira no Convento São Francisco

Mostra fotográfica “Revoluções” de Uliano Lucas inaugura 6ªfeira no Convento São Francisco

A exposição “Revoluções: Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974)”, com fotografias de Uliano Lucas, inaugura na sexta-feira, dia 17 de novembro, às 15h00, na Galeria Pedro Olayo (filho) do Convento São Francisco, com a presença do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, do diretor do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, Stefano Scaramuzzino, de Marta Araújo, vice-presidente do Conselho Científico do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), e de Elisa Alberani, da Cátedra António Lobo Antunes – Universidade de Milão. O fotojornalista italiano fará uma visita guiada à exposição às 15h30.

A exposição “Revoluções – Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974)” é a história de uma viagem feita de várias viagens. As 56 fotos reunidas, algumas inéditas, outras publicadas em Itália em catálogos fotográficos na década de 1970 ou em revistas e jornais europeus da época constituem apenas uma amostra do vasto acervo de imagens de Uliano Lucas sobre este assunto. As fotografias de Uliano Lucas são expostas pela primeira vez em Coimbra e trazem de volta ao presente memória de passados que marcaram a história do século XX.

 

A exposição está dividida em três partes que correspondem a três territórios fotografados por Uliano Lucas entre 1969 e 1974: a primeira secção, intitulada “Guiné-Bissau, 1969”, reúne algumas das fotos realizadas na missão que o levou às “zonas libertadas” da Guiné, a pedido do PAIGC; a segunda secção, intitulada “Angola, 1972” inclui imagens da vida quotidiana dos guerrilheiros e das guerrilheiras do MPLA; a terceira e última secção intitula-se “Portugal, 1972 e 1974” e retrata aspetos da vida quotidiana do país no período derradeiro da ditadura (1972) e os dias de festa da Revolução (1974).

 

O programa de inauguração da exposição vai contar, ainda, para além da visita guiada com Uliano Lucas, com a apresentação do livro “Revoluções. Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974), com fotografias de Uliano Lucas, organizado por Elisa Alberani, Miguel Cardina e Vincenzo Russo, com a chancela das Edições do Saguão. Vão estar presentes Uliano Lucas, Elisa Alberani, Miguel Cardina (CES-UC) e Rui Ribeiro (Edições do Saguão). A iniciativa está marcada para as 16h00.

 

“Revoluções” é uma coorganização da CM de Coimbra, através do Convento São Francisco, do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, da Cátedra António Lobo Antunes – Universidade de Milão, do Centro de Estudos Sociais da UC (projeto CROME e iniciativa “50 anos de Abril”), das Edições do Saguão e do arquivo Uliano Lucas e tem a curadoria de Elisa Alberani, Miguel Cardina e Vincenzo Russo.

 

A exposição vai estar aberta ao público de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00 (última entrada às 19h30), até ao dia 17 de março de 2024. A entrada é gratuita.

 

Uliano Lucas (1942) nasceu e cresceu em Milão, onde estudou nos colégios da ‘Rinascita’ e, desde muito jovem, frequentou o ambiente de artistas e intelectuais do bairro de Brera. Nas suas primeiras fotografias, o protagonista é a cidade de Milão, em particular a vida artística (de escritores, músicos, pintores) entre os anos 60 e 70.

 

O ano de 1968 será fundamental para o fotojornalista italiano, pois emerge a importância do compromisso político que ele nunca abandonará, compromisso que se reflete nas reportagens que retratam os problemas e as realidades daqueles anos, como os protestos estudantis e operários.

 

Os anos seguintes são marcados por reportagens sobre os movimentos de libertação: o fotógrafo parte frequentemente, por iniciativa própria, para o continente africano e os seus trabalhos são publicados em revistas alemãs e francesas, já que em Itália – com algumas exceções, como L’Espresso ou Vie Nuove – nenhum jornal estava particularmente interessado em publicar imagens desse tipo: fotos certamente políticas, que retratam a guerrilha, o quotidiano na floresta, a luta pela liberdade, o nascimento de novas democracias.

 

Será exatamente neste período, e mais precisamente no verão de 1969, que Uliano Lucas, juntamente com o jornalista Bruno Crimi (1939-2006), empreende uma viagem às zonas libertadas da Guiné-Bissau. A reportagem realizada nesta experiência será publicada em diferentes jornais (salienta-se, nomeadamente, a publicação no semanário Vie nuove) e no livro, publicado em 1970, intitulado Guinea Bissau: una rivoluzione africana, pela editora Vangelista de Milão – com textos de Bruno Crimi e fotos de Uliano Lucas.

 

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