Em 2024, bem como em 2025 e 2026, o CAPC vai receber 65 mil euros para apoio ao desenvolvimento da atividade permanente, totalizando 195 mil euros. Por sua vez, o Município vai apoiar as despesas administrativas/de funcionamento da galeria municipal Espaço Sereia, para cada ano (2024, 2025 e 2026), totalizando 15 mil euros; o que no global dá 210 mil euros. Desta forma, o CAPC assume, pela primeira vez, o estatuto de entidade gestora. Esta decisão prende-se com a “política cultural promovida pelo Município, que visa conceder maior estabilidade e solidez às estruturas culturais profissionais de Coimbra e fortalecer a sua Rede de Equipamentos Culturais Municipais, com protocolos a três anos”.
O CAPC foi fundado, em 1958, por um grupo de jovens estudantes da Academia de Coimbra, dos quais se destacam Rui Emílio Vilar e Mário Silva. É a mais antiga instituição nacional dedicada à promoção da arte contemporânea e um organismo autónomo da Associação Académica de Coimbra, com autonomia artística e administrativa, sendo uma associação cultural sem fins lucrativos, reconhecida de manifesto interesse cultural pelo Estado português.
O CAPC, com funcionamento diário e permanente realizado em dois núcleos distintos – Círculo Sede e Círculo Sereia –, oferece um conjunto diversificado de atividades, que vão desde a realização de exposições de arte contemporânea até à realização de programas de colóquios, conferências, debates, programas de cinema e vídeo. Promove ações específicas, integradas em programas pedagógicos próprios, nos quais se incluem programas de visitas guiadas e comunicações.
Entre as muitas atividades que constam da sua programação, para além da realização da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra ou dos solo shows, destaque para uma formação para artistas com direção de Gonçalo Pena, seguindo um modelo de escola informal, a consolidar gradualmente nos próximos anos. Recuperando o perfil traçado por Ernesto de Sousa, em 1974, na “A Vanguarda está em Coimbra, a vanguarda está em ti”, este programa propõe o desenvolvimento de práticas artísticas em ateliers coletivos.
O Serviço Educativo/Ativação, coordenado por Jorge Cabrera, inclui, ainda, formação e mediação de públicos em geral, de colaboradores permanentes, de professores e de estudantes. O CAPC tem desenvolvido trabalho com o Plano Nacional das Artes, reforçando o compromisso existente entre um grupo de professores e, por essa via, os seus alunos, frequentadores regulares das atividades do CAPC/Anozero.
Em matéria de capacidade de gerar receitas próprias e angariação de apoios, importa referir que o CAPC foi a estrutura do país mais apoiada por parte da DGArtes para quadriénio 2023-2026.