Fernando Rolim é um dos cultores mais destacados da Canção de Coimbra e da identidade cultural da cidade. Prestigiou e elevou a Canção como manifestação viva e erudita, pela sua vivência e interpretação única no contexto cultural nacional. Prestigiou a Canção de Coimbra pelo mundo. O seu nome está impresso em trabalhos conjuntos com outros grandes nomes como António Brojo, António Portugal, Aurélio Reis e Mário Castro, com o qual fez mais gravações discográficas e com quem mais vezes atuo, além de João Bagão, Rui de Moura e Paulo Soares. Fez parte do grupo de militantes da retoma da tradição da Serenata e ensinou canto.
Fernando José Monteiro Rolim nasceu, em Coimbra, a 2 de dezembro de 1931, e foi na cidade que fez a sua vida académica, tendo concluído a licenciatura em Medicina, em 1958. Seguindo uma tradição familiar, dedicou-se, desde a mais tenra idade, ao estudo musical, tanto instrumental como o canto. Durante o percurso académico, descobriu-se o dom de uma voz inigualável. Na Tuna Académica da Universidade de Coimbra, Rolim encontrou o seu lugar, dando os primeiros passos numa jornada que o transformaria num dos maiores nomes da Canção. O estudante manteve-se sempre ligado a grupos da Academia, com que assumia o seu canto ímpar, chegando a solista do Orfeon Académico de Coimbra, e acompanhou por diversas vezes o Coral da Faculdade de Letras, então regido por Francisco Faria.
Fernando Rolim dá a Coimbra e ao mundo um legado único, em gravações discográficas, das quais destacamos: “Fados de Coimbra”, “Coimbra-Fados e Guitarradas”, “Dr. Fernando Rolim”, “Fernando Rolim”, “Fernando Rolim 2”, e o recente “Um Tempo que Não Passa… (Memórias de Coimbra)”. Participou noutros tantos álbuns: “Tempos de Coimbra – Quatro décadas de canto e guitarra”, “De Coimbra para a UNICEF” que, mais tarde, passou a CD “Saudades de Coimbra” e “Os Amigos”. De entre a sua música, salienta-se aqui a mais relevante: “Recordações”, “Maria se fores ao baile”, “Vento não batas à porta”, “Não olhes para os meus olhos”, “Ondas do mar”, “Esmeralda Verde”, “Saudades ai ó saudades”, “São tão lindos os teus olhos”, “Ao cair da tarde”, “Fado de despedida do 5º ano médico de 1938”, “Balada do Mondego”, “Passarinho da Ribeira”, “À Meia-noite ao Luar”, “Balada de despedida do 6º ano médico de 1958”, “Adeus ó Vila de Fornos”, “Sonhar contigo ó Coimbra”, “Balada do Crepúsculo” e “Feiticeira”.
As distinções honoríficas têm por finalidade homenagear, publicamente, pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que contribuam para a elevação e dignificação de Coimbra, bem como aquelas que se distingam dos demais pelo seu reconhecido mérito, prestígio, cargo, ação, serviços ou contributos em prol da comunidade. Reconhecendo o mote de 93 anos de vida deste amante de Coimbra e promotor da sua arte, é proposto atribuir a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra a Fernando Rolim como o maior reconhecimento e gratidão.