10 Março 2025

Anúncio da construção da barragem de Girabolhos “é uma satisfação para Coimbra”

Anúncio da construção da barragem de Girabolhos “é uma satisfação para Coimbra”

O Governo anunciou ontem, dia 9 de março, em Coimbra, que a estratégia nacional para o abastecimento e distribuição eficiente de água inclui a construção da barragem de Girabolhos, em Seia. A medida insere-se na estratégia nacional “Água que Une”, que conta com quase 300 ações a implementar e foi apresentada ontem, na Sala Mondego do Convento São Francisco, com a participação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, do ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, membros do grupo de trabalho que desenvolveram o plano e vários autarcas. “Este anúncio é extraordinariamente relevante e é uma satisfação para Coimbra”, afirmou José Manuel Silva.

 

A estratégia nacional “Água que Une”, apresentada pelo Governo, ontem, no Convento São Francisco, em Coimbra, prevê a construção de novas barragens, redução de perdas nos diferentes sistemas e, como último recurso, interligação entre bacias hidrográficas. Entre as medidas anunciadas está a realização de um estudo “para avaliar a viabilidade da construção da barragem de Girabolhos”, em Seia. O presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, considera que “este anúncio é extraordinariamente relevante e é uma satisfação para Coimbra”, considerando que “se já estivesse construída não teríamos tido as inundações catastróficas de 2019”.

 

O autarca tem sido um dos defensores da construção desta barragem, que estava prevista nos planos iniciais de regularização da bacia hidrográfica do Mondego, destacando que esta infraestrutura é fundamental para a gestão de eventuais cheias, mas também em cenário de seca. “A agricultura é extraordinariamente importante para Coimbra e para os concelhos da região”, salientou o edil, assinalando que a construção desta barragem vem “eliminar o risco das cheias do milénio, mas também o risco de não haver água para regar este vale riquíssimo de 13.000 hectares do Mondego”.

 

José Manuel Silva considera que este anúncio é “até emocionante” e que “nunca mais ninguém pode interromper a construção desta barragem, porque com as alterações climáticas e os extremos climáticos, nós podemos vir a ter cheias para quais toda a obra da bacia hidrográfica do Mondego não está preparada, porque falta um dos seus componentes essenciais que quase duplica a capacidade de retenção de água na bacia do Mondego, que é a barragem de Girabolhos”.

 

“Hoje foi um dia muito importante para o país, que aconteceu em Coimbra, o que nos deixa particularmente muito satisfeitos”, referiu o presidente da autarquia conimbricense, à margem da cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, do ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, presidente da Águas de Portugal, Carmona Rodrigues, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, presidente do Empresa de Desenvolvimento e Infraestrutura do Alqueva, José Pedro Salema, diretor-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Rogério Ferreira, bem como de vários autarcas.

 

Luís Montenegro afirmou que a estratégia para a gestão da água terá um investimento estimado de 5 mil milhões de euros até 2030, naquilo que considera “uma verdadeira transformação” para o país. Durante o discurso de apresentação da “Água que Une”, o primeiro-ministro afirmou que o projeto propõe uma “transformação estratégica” do país, para que possa ter capacidade de “lutar contra os efeitos negativos das alterações climáticas”, mas simultaneamente permita aproveitar os seus recursos, seja na capacidade produtiva da agricultura, da indústria e do turismo.

 

“Nós temos alguns instrumentos de financiamento disponíveis que queremos aproveitar e temos de ir à procura de outros para assegurar a parte que não está assegurada. E queremos depois que se comece já hoje a preparar o financiamento para a década seguinte, 2030 a 2040, para que a estratégia tenha sequência, que sabemos que não vamos ser nós que a vamos executar. Nós tencionamos ficar aqui mais uns anos, mas daqui a uma década haverão de estar aqui outros”, disse.

 

Na semana passada, foi anunciado que o Programa Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Centro, que está em consulta pública até 11 de abril em https://participa.pt/, aponta também para a construção da barragem de Girabolhos como projeto estratégico. Segundo o PROT do Centro, a construção da barragem de Girabolhos é justificada quer pela necessidade de reservas de água num contexto de alterações climáticas, como pelo impacto que estes investimentos teriam na minimização de riscos de cheia. Girabolhos, através da construção de uma conduta, permitiria também assegurar o abastecimento de água a populações da região de Viseu e reduziria o risco de cheias em Coimbra e no Baixo Mondego.

 

Já a estratégia nacional “Água que Une” prevê na região do Vouga, Mondego e Lis intervenções de reabilitação ambiental da rede hidrográfica da bacia do Lis (Leiria), um programa de promoção da eficiência hídrica da região de Aveiro, a modernização do aproveitamento hidroagrícola do Baixo Mondego, um estudo “para avaliar a viabilidade da construção da barragem de Girabolhos”, em Seia, e um reforço do abastecimento de água aos municípios da região de Viseu.

 

Segundo a estratégia, os investimentos regionais dividem-se com 479 milhões de euros para o Tejo e Oeste, 448 milhões de euros para o Norte, 267 milhões para Vouga, Mondego e Lis, 156 milhões de euros para o Alentejo e 126 milhões de euros no Algarve. Além de investimentos dirigidos a locais específicos, há projetos e medidas de âmbito nacional.

 

LUSA / CM de Coimbra

 

Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Sobral

Vídeo: Câmara Municipal de Coimbra | João Pedro Lopes

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