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9 Novembro 2021

Loja das Meias e República dos Corsários das Ilhas reconhecidas como entidades de interesse histórico

Loja das Meias e República dos Corsários das Ilhas reconhecidas como entidades de interesse histórico

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra aprovou, na sua reunião de segunda-feira, duas propostas de reconhecimento da Loja das Meias e da Real República Corsários das Ilhas como entidades de interesse histórico e cultural ou social local. Com a conclusão destes processos, a Câmara Municipal já reconheceu 21 entidades de interesse histórico e cultural ou social local.

A Loja das Meias, sita na Rua Ferreira Borges, na Baixa de Coimbra, foi reconhecida como entidade de interesse histórico e cultural, mais especificamente como “Loja com História”. A intenção de candidatura da Loja das Meias já tinha sido aprovada na reunião de Câmara de 12 de julho, tendo a decisão sido submetida a um período de consulta pública de 20 dias. Esse período terminou sem que desse entrada na autarquia qualquer sugestão ou participação pública.

 

A Loja das Meias, situada na Rua Ferreira Borges, em pleno coração da baixa conimbricense, foi fundada em novembro de 1931 e é uma referência na história da cidade de Coimbra. Pela sua localização, sempre fez parte do cenário de grandes acontecimentos da cidade, nomeadamente manifestações políticas, sociais e religiosas. Ao longo da sua existência, foram várias as figuras públicas e artísticas, empresários e personalidades da cidade que se tornaram clientes da loja, tornando-a num ponto de paragem obrigatória na baixa de Coimbra.

 

A Loja das Meias está sediada num edifício contruído no século XIX e, ao longo dos anos, foi sofrendo algumas remodelações e inovações, sem nunca ter, contudo, alterado a sua traça original. Comercializa artigos de senhora, de homem e acessórios, importando algumas marcas de nome reconhecido e sendo a única loja em Coimbra a comercializá-las. No início da sua atividade, foi pioneira no conceito de pronto-a-vestir e sempre se distinguiu qualidade, modernidade e exclusividade dos seus produtos. A Loja das Meias guarda, ainda, no seu interior, memórias e coleções que correspondem a várias fases desta casa comercial: a máquina de costura, tesouras, fitas de medir, catálogos de coleções de roupa, máquina registadora, cofre e algumas peças de roupa.

 

A Loja das Meias continua a participar na vida social e cultural da cidade, aliando-se sempre a projetos que ajudem a promover a baixa da cidade.

 

Este estabelecimento preenche, assim, todos os requisitos que lhe permitem obter a denominação de “entidade de interesse histórico e cultural ou social local”, ou mais especificamente “Loja com História”, tais como, a título de exemplo, a longevidade, significado para a história local, função histórica, cultural e social, acervo próprio e existência como referência local, entre outros.

 

Também a associação Real República dos Corsários das Ilhas, sita na Couraça dos Apóstolos, foi reconhecida como entidade de interesse histórico e cultural. O executivo municipal já tinha aprovado, na sua reunião de 26 de julho, a intenção de candidatura desta república de estudantes, tendo a decisão sido submetida a um período de consulta pública de 20 dias. Esse período terminou sem que desse entrada na autarquia qualquer sugestão ou participação pública.

 

De acordo com os elementos constantes da ficha de candidatura, a República dos Corsários das Ilhas foi fundada em 1958, ainda que a primeira evidência seja de 16 de janeiro de 1960, com o Jornal “Via Latina” a noticiar o nascimento de uma nova república de Coimbra.

 

Na candidatura é referida que os que viveram na República dos Corsários das Ilhas recordam, por exemplo, o músico Duarte Brás; o antigo eurodeputado socialista Carlos Candal, que em 1962 foi presidente da Associação Académica de Coimbra, em plena crise académica; e Carlos Fraião, que se destacou por ter sido membro do Comité Central do Partido Comunista Português, tendo presidido à AAC em 1970 e 1971, mesmo antes de ser preso. “A presença de personalidades influentes que passaram por esta casa contribui para torná-la parte da história da cidade de Coimbra”, refere a candidatura.

 

A história que liga os Corsários das Ilhas à academia passa fortemente pelo grande envolvimento desta república nas crises académicas de 1962 e 1969. O muro da casa e a parede que partilham com os vizinhos, a Real República dos Galifões (também reconhecida em setembro de 2021), dispõem de pinturas que mostram os acontecimentos que decorreram durante as várias crises.

 

Recorde-se que existe uma ficha de candidatura para a instrução de processos de reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local, que auxilia os estabelecimentos ou entidades que pretendam ver efetivado esse reconhecimento. O objetivo passa, pois, por simplificar o procedimento, para que os estabelecimentos que se enquadrem nas categorias previstas na lei, entre eles as repúblicas de estudantes de Coimbra e as lojas com história, possam desencadear, com maior celeridade e simplicidade, o seu processo de pedido de reconhecimento como entidade de interesse histórico e cultural ou social local.

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