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27 Fevereiro 2016

Evocação dos 90 anos do desaparecimento do poeta Camilo Pessanha

 A Casa da Escrita da Câmara Municipal de Coimbra acolhe, no dia 1 de março, às 19h00, uma sessão que pretende evocar os 90 anos do desaparecimento do poeta conimbricense Camilo Pessanha.

José Ribeiro Ferreira (Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) fará uma intervenção a que se juntam momentos de declamação de poesia, por Emanuel Ferreira e Emília Nave, e um apontamento musical, a cargo do guitarrista Paulo Soares.

Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra, a 7 de setembro de 1867, e faleceu em Macau, a 1 de março de 1926. Licenciou-se em Direito, na Universidade de Coimbra e partiu para Macau, onde exerceu funções judiciais. O contacto com a cultura chinesa levou-o a escrever vários estudos e a fazer traduções de poetas chineses. Foram, todavia, os seus poemas simbolistas que largamente influenciaram a geração de Orpheu, desde Mário de Sá-Carneiro até Fernando Pessoa. Os poemas foram reunidos na coletânea Clepsidra, publicada em 1922.

A poesia de Pessanha mostrava o mundo sob a ótica da ilusão, da dor e do pessimismo. O exílio do mundo e a desilusão em relação à Pátria também estão presentes na sua obra. Apesar de uma vida curta, é considerado um dos poetas mais importantes da Língua portuguesa, expoente máximo do simbolismo, pioneiro do princípio modernista da fragmentação. 

No Jardim da Sereia, na entrada principal, um busto do poeta (inaugurado em 1967, no 1.º Centenário do seu Nascimento) e, igualmente, a atribuição do seu nome a um arruamento de acesso ao Hospital Pediátrico, constituem homenagens da Cidade de Coimbra a Camilo Pessanha.

 

Floriram por engano as rosas bravas

Floriram por engano as rosas bravas

No inverno: veio o vento desfolha-las…

Em que cismas, meu bem? Porque me calas

As vozes com que há pouco me enganavas?

 

Castelos doidos! Tão cedo caístes!…

Onde vamos, alheio o pensamento,

De mãos dadas? Teus olhos, que um momento

Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

 

E sobre nós cai nupcial a neve 

Surda, em triunfo, pétalas, de leve 

Juncando o chão, na acrópole de gelos…

Em redor do teu vulto é como um véu!

Quem as esparze – quanta flor! –, do céu,

Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

  

Clepsydra (Lisboa, Assírio & Alvim, 2003), p. 28-29.

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