Manuel Machado, que abriu a cerimónia, salientou que “este grande empreendimento dedicado à cultura” tem fortalecido o caminho de Coimbra “para se tornar uma cidade de referência no universo da Arte Contemporânea”, recordando que um dos objetivos iniciais do projeto, que começou em 2015, foi “o de conferir maior visibilidade à distinção da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da UNESCO, refletindo sobre o significado dessa distinção para o presente e o futuro da cidade”. “Coimbra é, hoje, como já tive oportunidade de dizer, uma cidade diferente e uma cidade mais rica, na medida em que lhe foi permitido refletir sobre si própria, sobre o seu património, sobre a sua história, sobre a sua contemporaneidade e sobre as mudanças por que tem passado”, evidenciou o autarca.
O presidente da CM Coimbra destacou também que a “simbologia da Terceira Margem é, para nós, especialmente feliz”, referindo-se ao tema desta terceira edição da Bienal e explicando que “pondo em confronto a imutabilidade e as transformações causadas pela passagem do tempo, remete para as tais mudanças que, tendo estado sempre presente no ADN da cidade, também estamos agora, na Câmara Municipal, a protagonizar e a impulsionar para que Coimbra seja, cada vez mais, uma cidade participada, integradora, acolhedora e tolerante – como tem sido, historicamente, desde a sua fundação”, concluiu.
A Bienal, que tem como tema precisamente “A Terceira Margem” (título do conto do brasileiro João Guimarães Rosa), vai estar presente em Coimbra até 29 de dezembro, com a participação de 39 artistas, de 21 países, numa seleção que procurou ser paritária em relação ao género (19 mulheres e 20 homens) e às diferentes gerações, com uma aposta em jovens e emergentes artistas, que partilham o espaço com nomes consagrados como a americana Susan Hiller, o cineasta e artista plástico britânico Steve McQueen e a egípcio-canadiana Anna Boghiguian.
Continuando com o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova como um dos espaços expositivos centrais, a bienal ocupa também o Colégio das Artes, o Museu da Ciência, a Sala da Cidade de Coimbra ou as Galerias Avenida, entre outros espaços.
Na Sala da Cidade, encontra-se o trabalho do paulista José Spaniol, que impressionou os visitantes logo no dia da abertura.
A bienal pode ser visitada até 29 de dezembro, contando ainda com exposições temporárias, oficinas, leituras, debates, visitas guiadas e outros eventos paralelos.
Na cerimónia de abertura estiveram também presentes várias personalidades, entre as quais a diretora regional de cultura do centro, Suzana Menezes; a deputada ao Parlamento Europeu, Maria Manuel Leitão Marques; o coordenador do grupo de trabalho da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, Luís de Matos; os curadores-adjuntos, Lígia Afonso e Nuno de Brito e Rocha; vereadores da CM Coimbra, entre outros.