21 Julho 2016

Éder levou multidão ao Salão Nobre da CMC

Éder levou multidão ao Salão Nobre da CMC

O Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) encheu-se de gente, esta tarde, na cerimónia que a autarquia organizou para homenagear Éder. O avançado que veste a camisola n.º 9 da Seleção Nacional de futebol agradeceu, em primeiro lugar, a José Barros, o antigo chefe do departamento médico da Briosa, e a todas as pessoas presentes na sala, muitas que referiu serem como “mães”, “pais” e “irmãos” para ele. Éder agradeceu ainda à cidade, pelo carinho com que o acolheu, e prometeu, entre muitas ovações – a multidão gritava por Éder –, que vai continuar a fazer tudo o que lhe for possível para elevar o nome de Coimbra.

“Este é o momento mais difícil da minha carreira: falar para todos vocês”, começou por afirmar, a sorrir, o autor do golo que deu a vitória a Portugal no Euro 2016, enquanto na sala se ouvia, alto e bom som: “Éder, Éder, Éder”. As primeiras palavras de Éderzito António Macedo Lopes foram para José Barros, o antigo chefe do departamento médico da Académica de Coimbra, que Éder via como um “padrinho” quando jogou com a camisola da Briosa. “Quero mandar um grande beijinho para a Dra. Graça [esposa do falecido José Barros, que se encontrava presente na cerimónia] e agradecer tudo o que o Dr. Barros fez por mim”, referiu o homenageado. “Um beijinho enorme para ele”, acrescentou, com visível emoção. 

Os aplausos não demoraram e o nome de Éder voltou a encher o Salão Nobre da autarquia. “Agora quero agradecer a todos os que estão presentes nesta sala. Vejo muitas caras aqui de pessoas que foram pais e mães para mim. Muitos foram também como irmãos para mim. Obrigado a todos por estarem aqui”, agradeceu o n.º 9 da Seleção Nacional. “Mas quero também agradecer à cidade de Coimbra, por me ter acolhido quando vim para cá, à instituição Lar ‘O girassol’, ao Adémia, ao Tourizense, à Académica, por me terem dado a oportunidade de me formar, enquanto jogador e enquanto homem. Sinto-me muito orgulhoso e tudo o que consegui atingir até hoje, mesmo nesta final, o golo, foi por vocês”, sublinhou Éder.

“Nesta cidade ri, sofri, tive muitas alegrias, também chorei, mas estou muito orgulhoso por fazer parte da história desta cidade, e vou continuar a dar o meu máximo para poder elevar o nome desta cidade e ter-vos todos no coração. Muito obrigado”, prosseguiu o homenageado, concluindo assim o seu discurso, sob fortes aplausos da multidão presente, que procurou, a todo o custo, conseguir um autógrafo ou apenas falar com o homenageado.  

Éder foi hoje homenageado pelo presidente da CMC, Manuel Machado, que lhe entregou uma medalha de reconhecimento. Um tributo prestado na cidade onde cresceu, pelo sucesso desportivo que alcançou – ao tornar-se campeão europeu de futebol e ao contribuir para isso com o golo da vitória – e pelo seu percurso formativo, quer a nível cívico, quer desportivo, realizado em várias instituições do distrito de Coimbra. Um atleta da cidade e da região, hoje “herói nacional”, cujo percurso serve de exemplo, sobretudo para as crianças e jovens desportistas. Uma prova de que, com trabalho e empenho, é possível atingir-se o topo. 

Éder: de jogador do Adémia a campeão europeu de futebol

Éder tem 28 anos e já é campeão europeu de futebol. Foi ele o autor do golo frente à França, no passado dia 10 de julho, que levou Portugal a erguer, pela primeira vez na sua história, a taça de campeão da Europa e os portugueses a vibrarem, como nunca, com a conquista do título europeu de futebol. Portugal venceu o Euro 2016 e o feito, inédito, vai ficar para sempre associado a esta seleção, ao conjunto dos 23 jogadores, ao treinador Fernando Santos, aos técnicos, aos dirigentes, mas também a Éder, por aquele remate à baliza francesa que deu a vitória a Portugal.

Natural da Guiné-Bissau, chegou a Portugal com três anos, mas por causa das dificuldades financeiras dos pais, acabou por seguir para Coimbra com 10 anos, para uma instituição social do concelho, o Lar “O Girassol”, em Alcarraques, na Adémia. Foi lá que, juntamente com outras crianças, foi crescendo, desenvolvendo a sua personalidade, que estudou e recebeu formação. E que deu os primeiros toques na bola. A sua paixão pelo futebol leva-o à Associação Desportiva e Cultural da Adémia, onde inicia o seu percurso desportivo, competindo nas distritais. Fez-se notar com rapidez, pelos golos que marcava, e pela personalidade alegre e positiva.

Do Adémia, seguiu para o Oliveira do Hospital, depois para o Tourizense até finalmente chegar, com 20 anos, à Académica de Coimbra. Éder estreava-se assim no futebol ao mais alto nível, na época 2008-2009, sob o comando de Domingos Paciência. O treinador apostou nele e Éder foi crescendo na Briosa e começou a despertar atenção. Em 2011, recebeu mesmo uma convocatória para integrar a Seleção da Guiné Bissau, mas recusou porque já, na altura, tinha um sonho: representar a seleção portuguesa. Da Académica seguiu para Sporting Clube de Braga, onde teve um dos melhores períodos da sua carreira, e depois para o inglês Swansea City, jogando atualmente no campeonato francês, com a camisola do Lille. 

A sua estreia na Seleção Nacional aconteceu em 2012, no jogo Portugal – Azerbaijão, de qualificação para o Mundial de 2014. O jogador luso-guineense conquistou o seu lugar, mas nem por isso conseguiu marcar golos. Só 18 jogos depois, já com Fernando Santos no comando da equipa, é que Éder marcou ao serviço da Seleção Portuguesa, num encontro particular entre Portugal e Itália. Tal como nesse jogo o seu golo foi determinante, também o que marcou Stade de France foi decisivo para Portugal vencer o campeonato europeu de futebol.

Um feito inédito, que foi hoje reconhecido pelo presidente da CMC, Manuel Machado, e pelo presidente da Associação de Futebol de Coimbra, Horácio Antunes. 

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