A decisão, adotada ontem durante a reunião do executivo municipal, também mandata o presidente da autarquia, Manuel Machado, no sentido de que desenvolva “todas as diligências necessárias para agilizar” o processo e a concretização desse apoio, que será disponibilizado em articulação com os responsáveis moçambicanos e o Governo português.
A concretização da ajuda pode passar pela constituição de uma equipa médica, exemplificou Manuel Machado, adiantando que tem contactado, para o efeito, diversas entidades e pessoas, entre as quais o cirurgião Manuel Antunes, que se disponibilizou para trabalhar nesse sentido.
A CM Coimbra tem, entretanto, a funcionar, desde sexta-feira, na Casa Municipal da Proteção Civil (na Avenida Mendes Silva) um centro de recolha de bens alimentares e de primeira necessidade para ajudar o povo de Moçambique. A Câmara recorda que, de acordo com o comunicado da Embaixada da República de Moçambique em Lisboa e tendo em conta as necessidades imediatas determinadas pelo Governo moçambicano, os donativos podem consistir em produtos alimentares enlatados, com período de validade prolongado, produtos para o tratamento de água, produtos de higiene e limpeza.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 761 mortos, segundo os balanços oficiais mais recentes. Em Moçambique, o número de mortos confirmados subiu no domingo para 446, no Zimbabué foram contabilizadas 259 vítimas mortais e no Maláui as autoridades registaram 56 mortos.
O ministro da Terra e do Ambiente moçambicano, Celso Correia, sublinhou, então, que estes números ainda são provisórios, já que à medida que o nível da água vai descendo vão aparecendo mais corpos. O número de pessoas afetadas em Moçambique subiu para 531.000 e há 109.000 entradas em centros de acolhimento, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis – por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infeciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais. A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.
LUSA / CM Coimbra