“Aquilo está cheio de infestantes, canas e acácias, que têm de ser removidas. Não podemos estar a perder mais tempo com este tipo de questiúnculas que não têm qualquer fundamento”, ripostou o autarca, que lamentou a linguagem utilizada por alguma oposição que apelidou a intervenção em curso de crime.
O presidente da Câmara questiona “onde estavam os que se queixam agora quando ali estava um depósito de materiais na sequência de extração de areias, quando ali estava um areeiro, em que nos seus buracos foram colocadas carcaças de automóvel, pneus em quantidade industrial, placas de fibrocimento, cerâmica, sanitas e gatos mortos”. O autarca frisou ainda que a autarquia vai rearborizar a zona com espécies adequadas.
A Quercus também divulgou hoje um comunicado sobre o assunto, no qual considera que naquela área existia um “vasto acacial” e, “uma vez que as acácias são espécies invasoras”, a “sua remoção poderá ser justificada”. A Quercus considera ainda “que o corte dos acaciais efetuado potencializa a zona para ser usufruída, para lazer em espaço natural, por parte da população, nomeadamente para a circulação de peões e utilizadores de bicicleta”, alertando que a circulação automóvel deve ser proibida. A associação ambiental considera ainda ser importante replantar vegetação ripícola, por exemplo amieiro, salgueiro-branco e negro, choupo-negro, entre outras, o que vai ao encontro das intenções da Câmara.
Sobre as críticas de que a intervenção se destina à construção de um campo de golfe, Manuel Machado refere que existe uma decisão do município de 2009 nesse sentido, mas que não existe nenhum projeto de construção na Câmara Municipal.
O autarca salientou ainda que aquela zona ribeirinha, “especial para a cidade”, estando a montante da captação de água de abastecimento público da Boavista, que “tem uma reserva estratégia e de proteção relevante, não pode ser de modo algum afetada”.
Na segunda-feira, na reunião quinzenal do executivo, o vice-presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Cidade, confirmou que tem mantido contactos com a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) para a construção de um campo de golfe junto ao rio Mondego.
Depois de o presidente da Câmara, Manuel Machado, ter afirmado que, nos serviços da autarquia, “não deu entrada nenhum projeto” com esse objetivo e que apenas sabe o que leu na imprensa sobre o assunto, Carlos Cidade disse que “não há nada de novo”.
LUSA / CM Coimbra