22 Abril 2021

AAC entrega contributos para o Programa Municipal de Coimbra para as Alterações Climáticas

AAC entrega contributos para o Programa Municipal de Coimbra para as Alterações Climáticas

O presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, Manuel Machado, recebeu hoje das mãos do presidente da Direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), João Assunção, um documento com contributos dos estudantes no âmbito da consulta pública do Programa Municipal para as Alterações Climáticas, que está em curso até dia 11 de maio. Este é um documento estratégico pioneiro que avaliou vários cenários climáticos para Coimbra e propõe para a próxima década a adoção de 75 medidas de mitigação e adaptação para as alterações climáticas no concelho.

A AAC entregou hoje, 22 de abril, em que se assinala o Dia da Terra, contributos para o Programa Municipal para as Alterações Climáticas. No encontro, que decorreu nos Paços do Concelho e no qual participaram também o vereador do Ambiente da CM Coimbra, Carlos Cidade, e os vice-presidentes da AAC, Pedro Dias e Renato Daniel, o presidente da Direção-geral destacou que a Académica “deve ser uma instituição próxima da nossa cidade e da sua população”.

 

João Assunção elogiou o documento elaborado pela autarquia de Coimbra, que vai ao encontro das principais preocupações da sua geração, informou que os contributos apresentados resultam de intenso debate na Assembleia Magna da AAC e que traduzem “o desejo da academia participar ativamente nos maiores desígnios do município”.

 

O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, agradeceu o contributo que os jovens estudantes dão à cidade, enaltecendo o muito que a academia tem valorizado Coimbra ao longo dos anos. Os autarcas e os estudantes conversaram ainda sobre o combate à COVID-19, o reinício das atividades letivas em contexto presencial e a retoma das tradições estudantis assim que a pandemia o permita.

 

No final do encontro, Manuel Machado ofereceu ao presidente da Direção-geral da AAC um vinil, CD e livro “JOSÉ AFONSO AO VIVO”, com investigação e textos de Adelino Gomes, e que foi editado pela Câmara no âmbito do programa de comemorações dos 50 anos da Crise Académica de 1969.

 

Recorde-se que a consulta pública do projeto de Programa Municipal para as Alterações Climáticas está a decorrer até ao dia 11 de maio. O documento está disponível na página eletrónica do município, devendo as sugestões serem formuladas por escrito e apresentadas na Divisão de Relação com o Munícipe da Câmara, remetidas por via postal ou ainda por correio eletrónico para o endereço geral@cm-coimbra.pt.

 

Este documento estratégico pioneiro propõe a adoção de 75 medidas de mitigação e adaptação para as alterações climáticas no concelho de Coimbra. O programa define que a visão estratégica do Município de Coimbra deverá ser alcançada por via de quatro objetivos fundamentais: a implementação de medidas de mitigação e de adaptação às alterações climáticas; o aumento da capacidade de adaptação e de resposta aos eventos climáticos extremos; o melhoramento do nível de informação à comunidade, na resposta aos eventos climáticos extremos; e, por último, o reforço da governança, com o envolvimento da sociedade na política municipal de combate às alterações climáticas.

 

A equipa de trabalho, coordenada pelo técnico superior João Pardal (licenciado em biologia, mestre em ciências das zonas costeiras, doutorando em geografia física e com formação especializada em gestão ambiental) e composta por técnicos superiores de diversas áreas municipais, avaliou vários cenários climáticos para Coimbra, para os períodos entre 2011-2040, 2041-2070 e 2070-2100, a partir dos modelos climáticos designados por Representative Concentration Pathways e, considerando um cenário mais extremo e outro mais moderado, concluiu que será previsível uma diminuição da precipitação média anual (com a redução do período húmido e aumento do período estival), o aumento das temperaturas mínimas, médias e máximas anuais, o aumento da severidade das secas, conjugado com períodos de temperaturas elevadas (o que potencia o aumento do risco de incêndio) e o aumento da ocorrência de fenómenos extremos de meteorologia adversa, em particular precipitação excessiva e tempestades com ventos ciclónicos associadas. É ainda previsível uma maior frequência de eventos de cheias rápidas (flash flood), de natureza destrutiva e de deslizamentos de massas.

 

Desta forma, e tendo em conta a avaliação do risco, foram identificados como prioritários: a precipitação intensa, as tempestades, tornados e ventos fortes, as temperaturas altas e ondas de calor, sendo expetável um agravamento do seu impacto a vários níveis. Considerando esta avaliação, o programa municipal para as alterações climáticas organiza-se em cinco grandes ações estratégicas, que são: a captura e redução das emissões com efeito de estufa; a redução da exposição a riscos climáticos; a promoção da conservação e valorização da paisagem e da biodiversidade; o melhoramento da gestão integrada dos recursos hídricos; e a sensibilização e informação da população.

 

A equipa responsável pela elaboração do programa estratégico identificou, assim, cinco grandes ações globais, que por sua vez integram 75 medidas de mitigação/adaptação, para o presente e futuro, que abrangem setores chave como a agricultura, a biodiversidade, a economia, a energia, as florestas, a saúde, a segurança de pessoas e bens, os transportes e as comunicações, os recursos hídricos, a educação para a cidadania, entre outros, tais como o ordenamento do território ou a gestão de resíduos. As medidas que foram definidas irão reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e tornar o concelho mais descarbonizado; melhorar o conforto térmico e reduzir os consumos energéticos; reduzir os impactos dos efeitos da meteorologia adversa; reduzir as vulnerabilidades climáticas e tornar o concelho mais resiliente; aumentar as áreas verdes, valorizar os recursos hídricos e ordenar a floresta; integrar a componente das alterações climáticas nos instrumentos de gestão do território e nos planos de emergência e setoriais; e melhorar o nível de informação da sociedade.

 

O programa municipal para as alterações climáticas tem um alcance temporal até 2030 e prevê que as medidas preconizadas sejam monitorizadas pelos serviços municipais, sendo o acompanhamento feito por uma comissão que será criada para o efeito, de natureza consultiva e de apoio à decisão.

 

Recorde-se que a CM Coimbra tem vindo a desenvolver diversas ações de combate às alterações climáticas e aos seus impactos. Desde logo, o desassoreamento do leito do rio Mondego (um investimento de 4M€); a construção da ciclovia de Coimbra, entre a estação ferroviária Coimbra B e o Vale das Flores e a Portela, num percurso de 20km (2,2M€); a aquisição de 10 novos autocarros 100% elétricos para reforçar a frota dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (4M€), a aquisição de mais 14 autocarros 100% elétricos (4.7M€); e várias empreitadas de reabilitação energética do edificado municipal, a começar pelos bairros do Ingote, da Rosa e da Conchada (ascende a 6M€). A estas medidas acrescem outras, como a elaboração e execução do plano de arborização para a cidade; o projeto de Regulamento Municipal Coimbra Cidade Sustentável, para incentivar a produção de energia fotovoltaica para autoconsumo; a instalação de dispositivos de controlo e de redução da velocidade rodoviária; a implementação de medidas para a desmaterialização de processos administrativos; e as limpezas ambientais nas margens do rio Mondego.

 

Consulte o Programa Municipal para as Alterações Climáticas em: https://www.cm-coimbra.pt/areas/e-balcao/documentos-em-apreciacao-publica

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