9 Maio 2021

“Há Constituição em Coimbra” assinala 200 anos da Revolução Liberal

“Há Constituição em Coimbra” assinala 200 anos da Revolução Liberal

O livro “Há Constituição em Coimbra – No Bicentenário da Revolução Liberal”, da autoria dos conceituados investigadores da história constitucional portuguesa, José Domingues e Vital Moreira, foi apresentado na tarde de sexta-feira, no Convento São Francisco. Uma obra lançada pela Câmara Municipal (CM) de Coimbra, que pretende assinalar os 200 anos da Revolução de 1820. O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, agradeceu a obra, enalteceu “o esforço, o trabalho, a recolha, a apreciação crítica e a síntese” dos autores e destacou o papel de Coimbra na revolução liberal. O livro já está a venda e pode ser adquirido na Biblioteca Municipal, na Casa da Escrita e no Museu Municipal – Edifício Chiado.

Manuel Machado realçou o facto de o livro ser um inestimável contributo para a história da cidade de Coimbra, que definiu como “um sítio de encontro de culturas, religiões, pessoas, que se compreendem, que se procuram ajudar sempre que é possível e gladiar-se sempre que é necessário”. “É isso que faz da nossa terra uma cidade especial”, acrescentou. O presidente da CM Coimbra lembrou, ainda, que a obra já tinha sido apresentada antes, mas apenas online, devido ao contexto de confinamento, salientando ser “muito melhor assim, numa sala, com pessoas presentes e não apenas com as máquinas para transmitir a mensagem, este estado de alma, que assim é especialmente apreciável”. O autarca agradeceu aos autores pela obra e aos restantes parceiros de mesa, Luís Reis Torgal e Manuel Porto, por estarem presentes, bem como a todos os que se encontravam na sala.

 

Coube a Reis Torgal apresentar o livro, “uma obra com quatro capítulos, que mostram como Coimbra foi uma cidade fundamental para esta revolução”. O professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra enalteceu, ainda, o facto de o livro ser documentado e terminou elogiando os seus “queridos amigos” José Domingues e Vital Moreira pelo seu contributo para a comemoração do bicentenário da Revolução Liberal e a CM Coimbra por ter publicado a obra. “É de louvar”, realçou, agradecendo ao presidente da Câmara e à vereadora da Cultura, Carina Gomes, também presente na cerimónia. Um elogio partilhado por Manuel Porto. “É uma grande honra ser uma publicação da Câmara Municipal”, afirmou o professor catedrático jubilado considerou, aconselhando a leitura da obra: “É um livro interessantíssimo, que recomendo. Li-o num dia”.

 

José Domingues falou de seguida. O historiador realçou o papel de Coimbra na Revolução Liberal, considerando que a cidade teve uma “participação indispensável”, e explicou o título da obra “Há Constituição em Coimbra”, uma espécie de código que referia que “Coimbra está ao lado da Revolução e que há adesão militar e civil”. José Domingues falou ainda do facto de Coimbra ter disputado com Lisboa a sede das Cortes e terminou o seu discurso com agradecimentos, em especial um dirigido a Vital Moreira. “Agradeço ao promotor da obra, Prof. Vital Moreira, que mudou radicalmente a minha vida, sobretudo na área da investigação académica”.

 

O elogio foi prontamente retribuído por Vital Moreira, que explicou o sucesso desta parceria: a junção de um constitucionalista e um historiador. Vital Moreira agradeceu a todos os presentes, agradeceu à CM Coimbra por “ter feito o livro em três meses, um livro de grande qualidade”, e terminou contando o que mais lhe deu prazer: “Foi fascinante ler os documentos da academia, o texto de Almeida Garrett da luta pelo direito de voto é fascinante”. “Este livro vale, sobretudo, por resgatar a importância de Coimbra na Revolução Liberal. É um momento de extrema importância da história da cidade”, concluiu Vital Moreira que, a par com José Domingues, desenvolveu o trabalho a partir de um projeto de investigação desenvolvido no Centro de Estudos Jurídicos, Económicos e Ambientais (CEJEA) da Universidade Lusíada.

 

“Há Constituição em Coimbra” foi a curiosa comunicação “em código” utilizada, em setembro de 1820, por um partidário do Antigo Regime para informar Lisboa de que Coimbra tinha aderido à Revolução que se tinha iniciado no dia 24 de agosto no Porto, e cujo principal objetivo era a convocação de Cortes para a aprovação de uma Constituição. Preenchendo uma lacuna historiográfica, o livro agora publicado pela Câmara Municipal relata os acontecimentos desencadeados pela Revolução Liberal em Coimbra, há precisamente dois séculos, desde a entrada das tropas liberais, em fins de agosto de 1820, até à eleição das Cortes constituintes em dezembro seguinte.

 

A decisiva importância política e militar da adesão de Coimbra para o triunfo do movimento revolucionário e a sua luta pelo direito de sufrágio nas eleições constituintes, são factos incontornáveis da história política da cidade de Coimbra e da sua Universidade, que constituem uma página indelével da história da Revolução Liberal em Portugal. Esta edição valoriza, assim, a linha editorial da CM Coimbra assinalando, desta forma, a comemoração dos 200 anos da Revolução Liberal de 1820 e destacando os reflexos que o movimento revolucionário teve, na época, na cidade de Coimbra.

 

O livro está disponível para venda ao público, pelo valor de 10 euros, nos seguintes espaços municipais: Casa Municipal da Cultura (Rua Pedro Monteiro), Casa da Escrita (Rua João Jacintho, n.º 8) e Museu Municipal – Edifício Chiado (Rua Ferreira Borges).

 

Presentes na cerimónia estiveram também os vereadores da CM Coimbra, Carlos Cidades e Paula Pêgo, o vice-reitor da Universidade de Coimbra, João Nuno Calvão da Silva, o professor universitário e membro do grupo de trabalho da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, António Pedro Pita, entre outros autarcas e personalidades.

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