9 Setembro 2021

Coimbra acolheu Cimeira Ibérica da Economia Social no Convento São Francisco

Coimbra acolheu Cimeira Ibérica da Economia Social no Convento São Francisco

Coimbra acolheu, ontem, no Convento São Francisco, a Cimeira Ibérica da Economia Social, no âmbito da Capital Europeia da Economia Social 2021, título que este ano coube a uma rede com cinco cidades portugueses organizadoras, entre as quais Coimbra. O presidente da CM Coimbra, Manuel Machado, abriu a sessão destacando a importância desta Cimeira Ibérica e do papel da economia social no futuro da Europa. “Dar a todos os cidadãos o acesso a uma efetiva igualdade de oportunidades é, hoje, o principal pilar dos Estados desenvolvidos”, destacou, salientando ainda a redobrada importância desta área no atual contexto da pandemia.

O presidente da Câmara, Manuel Machado, deu início à cerimónia, destacando a importância da Cimeira Ibérica e da participação de Coimbra na rede da Capital Europeia da Economia Social 2021, bem como o papel da economia social no futuro da Europa. “A dimensão social da nossa existência coletiva é, cada vez mais, o objetivo primeiro das políticas públicas e o principal propósito da ação dos agentes políticos e sociais que atuam no terreno”, defendeu, considerando que “o futuro de Portugal e de Espanha – e da Europa no seu conjunto – está na qualidade do seu modelo social, nos seus projetos e nos seus esforços para diminuir as desigualdades”. “Dar a todos os cidadãos o acesso a uma efetiva igualdade de oportunidades é, hoje, o principal pilar dos Estados desenvolvidos”, reforçou.

 

Manuel Machado referiu, ainda, a importância da economia social no contexto atual. “A economia social já era fundamental para o equilíbrio social e para corrigir, ou atenuar, as desigualdades, já era uma peça fundamental e imprescindível na sustentabilidade e na eficiência dos recursos, mas também provou ser absolutamente crucial no combate a crises globais como a crise pandémica que enfrentamos e que continuaremos, nos próximos tempos, a enfrentar”, referiu o autarca já no final do seu discurso, anunciando depois a assinatura de “um auspicioso e muito prometedor” memorando entre Portugal e Espanha.

 

O memorando foi, de seguida, assinado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social portuguesa, Ana Mendes Godinho, e a ministra do Trabalho e Economia Social de Espanha, Yolanda Diaz Pérez. Ana Mendes Godinho explicou que o memorando assegura uma posição comum dos dois países em relação ao plano de ação que está a ser contruído – e deverá estar concluído no final do ano, tendo um horizonte temporal de dois anos –, bem como prevê a partilha de dados e de boas práticas no setor e a realização de encontros regulares entre as instituições que representam a economia social em Portugal e Espanha.

 

A governante considerou que a partilha de boas práticas será importante na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que, em Portugal, “tem uma área muito forte, nomeadamente em termos de residência social, em que se prevê o alargamento dos equipamentos de apoio à infância e ao envelhecimento”. A economia social, salientou, “tem um papel determinante e importantíssimo para se concretizar rapidamente” o PRR. “Temos aqui várias áreas do PRR em que a economia social pode ser fundamental para uma concretização rápida, essencialmente naquelas que são as áreas de residência social, mas também nas dimensões da transição ambiental e digital”, realçou Ana Mendes Godinho.

 

Câmara e CASES assinam protocolo para funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Coimbra

 

A cimeira inclui, ainda, a assinatura de um protocolo entre a CM Coimbra e a CASES para o funcionamento do BLV de Coimbra. O objetivo desta colaboração passa pela alteração da metodologia na operacionalização do BLV, de forma a otimizar o seu funcionamento, facilitando o contacto entre os voluntários e as entidades recetoras, proporcionando uma maior oferta de programas de voluntariado, o acesso a formação gratuita, bem como o acesso ao portal de ofertas de voluntariado.

 

O Banco de Voluntariado da Câmara Municipal é um projeto que promove a procura e a oferta de voluntariado no concelho, disponibilizando informação e encaminhamento dos voluntários para as entidades promotoras protocoladas. O projeto, que teve, até à data, 2755 voluntários inscritos, distribuídos por cerca de 54 entidades, visa promover, valorizar e qualificar o voluntariado, bem como criar condições concretas para o seu exercício. A autarquia tem procurado, assim, que os cidadãos tenham oportunidade de participar em atividades comunitárias e projetos de diferentes entidades, promovendo a cidadania e a consciência coletiva dos problemas sociais mais importantes do concelho.

 

Estas atividades estiveram suspensas durante o período mais complicado da pandemia e, no novo contexto de desconfinamento, considerou-se ser o momento adequado para dar uma nova dinâmica ao BLV. É, neste contexto, que surge a colaboração entre a autarquia e a CASES. A autarquia compromete-se, assim, a disponibilizar um espaço para o funcionamento do BLV, a afetar os recursos humanos necessários ao seu bom funcionamento, a assegurar um horário de funcionamento para atendimento ao público e promover a sua divulgação. Já a CASES compromete-se a prestar o apoio técnico necessário à constituição do BLV, disponibilizar as ferramentas de trabalhos necessárias à instalação e funcionamento do BLV, colaborar na organização de sessões de sensibilização das comunidades para a prática de voluntariado e formação geral dos voluntários e dos técnicos e coordenadores das organizações promotoras.

 

A celebração deste protocolo com a CASES permite, ainda, à CM Coimbra reduzir os custos com o projeto, nomeadamente pelo tempo de afetação de recursos humanos e redução de despesas administrativas. “Cada um ao seu nível, cada um na sua dimensão, são dois excelentes pontos de partida [o memorando de entendimento e a assinatura do protocolo com a CASES] para o mar de possibilidades que a Economia Social abre para melhorar, para desenvolver, para recriar e para transformar as nossas comunidades em sociedades mais justas, mais desenvolvidas, mais sustentáveis e mais inclusivas”, afirmou o presidente da Câmara no seu discurso.

 

O evento contou, ainda, com um debate sobre o “papel da academia na educação e formação para a Economia Social – os casos das Academias de Coimbra e Valência”, no qual participaram investigadores das duas universidades, entre os quais Álvaro Garrido, Maria Manuel Leitão Marques e Filipe Almeida. Juan António Pedreño, presidente da Confederação Espanhola de Economia Social e Francisco Silva, Diretor Geral da Confederação Portuguesa da Economia Social também abordaram o papel das Confederações de Economia Social nas políticas europeias para a Economia Social.

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