5 Agosto 2022

COMUNICADO: “Árvores, Sistema de Mobilidade do Mondego e Câmara Municipal de Coimbra”. 43 novas árvores na Av. Emídio Navarro

COMUNICADO: “Árvores, Sistema de Mobilidade do Mondego e Câmara Municipal de Coimbra”. 43 novas árvores na Av. Emídio Navarro

Posição da Câmara Municipal (CM) de Coimbra sobre as recentes notícias a propósito do abate de árvores, no âmbito das obras do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), da responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (IP) e da Metro Mondego (MM).

O atual executivo é defensor das causas ambientais e ao longo deste curto mandato já deu provas suficientes nesse sentido. Um dos sinais consiste na criação de um Departamento de Ambiente e Sustentabilidade, caso a próxima Assembleia Municipal aprove a reestruturação da CM de Coimbra recentemente apresentada. Um outro sinal, foi a intervenção do atual executivo, ainda na oposição, que obrigou a alterações nas obras dos muros do Mondego no Parque Dr. Manuel Braga e permitiu salvar a fileira de plátanos mais junto ao rio, que estavam em risco com o método inicialmente aprovado.

 

Segundo o portal “melhoresresposta.com, um ambientalista é “uma pessoa que se identifica com a luta pela proteção do meio ambiente e das pessoas e animais que ali vivem”. Um ambientalista é um profissional responsável por tratar dos assuntos da preservação do meio ambiente e das condições de vida e existência no planeta. Um ambientalista é responsável por avaliar a dimensão das alterações benéficas ou prejudiciais ao meio ambiente causadas pelas atividades do homem”. Um ambientalista não está contra o progresso, quer que o progresso seja feito no caminho da sustentabilidade. Por isso, este Executivo é ambientalista.

 

Já não é tempo de olhar para o passado. Coimbra parou demasiado no tempo a olhar para o seu passado e perdeu o comboio do desenvolvimento para outras cidades. Agora, outras cidades do país estão a olhar para Coimbra como exemplo de implementação do primeiro sistema BRT (Bus Rapid Transit) em Portugal.

 

A concretização do MetroBus em Coimbra, associada a outras medidas de trânsito e mobilidade, coloca Coimbra no futuro da mobilidade sustentável, criando uma forte e útil alternativa elétrica, amiga do ambiente, para a mobilidade urbana e suburbana, permitindo evitar a utilização de milhares de motores de combustão na deslocação diária das pessoas que vivem, trabalham e estudam na região.

 

Por outro lado, repensar agora todo o traçado do MetroBus, implicaria necessariamente a revisão de todos os projetos e correspondentes orçamentos e, irremediavelmente, a perda do financiamento europeu disponível, que impõe prazos muito curtos para ser executado. É, assim, fundamental ter noção que grande parte das soluções aprovadas são, nesta fase, irreversíveis, sob risco de se estar a pôr em causa os cronogramas de execução das obras e os correspondentes programas de investimento. Dessa forma, neste momento, é totalmente extemporâneo estar a discutir esta obra, que face aos sucessivos arrastos, deve finalmente avançar.

 

Por conseguinte, em si mesmo, o projeto MetroBus garante um progresso e um desenvolvimento sustentável, exatamente o que Coimbra tanto precisa e deseja, relativamente ao qual todas as instituições deram parecer favorável, tendo mesmo o troço relativo à Avenida Emídio Navarro sido sujeito a estudo de impacto ambiental, para além de ter estado em discussão pública no Portal Participa.

 

Assim, a Câmara Municipal de Coimbra acompanhou o desenvolvimento do projeto, e em diversas fases foi ouvida e chamada pronunciar-se, manifestando a sua concordância geral, ou sugerindo, sempre que julgou pertinente, algumas propostas de alterações, às soluções apresentadas. O atual Executivo, enquanto oposição, entre 2017 e 2021, em diversas reuniões de câmara, em artigos de opinião e nas redes sociais, manifestou a discordância em relação à forma como o processo decorreu, ao secretismo que envolveu o seu desenvolvimento e as dificuldades no acesso à informação, denunciando a existência de fragilidades do projeto, que a não serem corrigidas, poderiam comprometer o desempenho final do sistema. Algumas dessas críticas e propostas acabaram por ser integradas, mas muitas outras foram ignoradas e mantiveram a solução final posta a concurso de empreitada. Muitas deficiências ficaram por contemplar. Por isso, este é um projeto que herdámos e que vamos ajudar a executar com satisfação e empenho, mas não seria exatamente o projeto que este executivo aceitaria, caso tivesse estado no poder nas fases anteriores.

 

Naturalmente, o inevitável corte de árvores é uma enorme apreensão. Por isso mesmo, tivemos a preocupação de garantir mais do que a meta que as regras de mitigação internacionais impõem, que são a plantação de, pelo menos, duas árvores por cada árvore abatida. 

 

Nesse sentido, em resultado do diálogo estabelecido entre a CM de Coimbra e a MM, rapidamente se chegou a um acordo de que serão plantadas três novas árvores por cada árvore cortada, garantindo que, no futuro, o balanço ambiental é positivo e de que continuamos a caminhar solidamente no sentido da descarbonização e da luta contra as graves alterações climáticas. Por exemplo, no caso do troço relativo à Avenida Emídio Navarro, pelas cinco árvores que serão abatidas, vão passar a haver 43 novas árvores no local, reconstruindo o magnífico corredor de sombra que a avenida já teve no passado.

 

Sublinhamos ainda o esforço que se está a fazer para repor grande parte das árvores nas imediações do canal do SMM. É exemplo a Praça 25 de Abril, cuja praça inóspita de calçada irá dar lugar a uma praça com inúmeras árvores. Também a recente alteração ao perfil da R. General Humberto Delgado, através da eliminação de uma via de tráfego para manter a área de jardim existente, é uma medida que apontamos como positiva. A MM irá complementar o plano de arborização, com plantações adicionais noutros locais a serem apontados pela CM de Coimbra.

 

Obviamente, concordamos que os projetos deviam ter sido amplamente abertos à discussão pública, a tempo de se rever qualquer detalhe, mas, uma vez que herdámos os projetos já aprovados, neste momento é incompatível com os prazos impostos pelos programas de financiamento. Felizmente, conseguimos introduzir ainda algumas melhorias pontuais, embora significativas, mas foi impossível alterar o canal já estudado, aprovado e financiado.

 


Nota: Neste local, pelas cinco árvores que serão abatidas, vão passar a existir 43 novas árvores

 

Conheça o Plano de Reforço de Estrutura Arbórea na íntegra: https://www.coimbra.pt/wp-content/uploads/2022/03/Plano-de-Reforco-da-Estrutura-Arborea.pdf

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