14 Julho 2023

Estudo de Impacto Ambiental da Linha de Alta Velocidade em consulta pública até 31 de julho

Estudo de Impacto Ambiental da Linha de Alta Velocidade em consulta pública até 31 de julho

O auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude acolheu, ontem, dia 13 de julho, uma sessão de esclarecimento sobre a Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa (Fase 1), troço Porto/Soure Lote B – Troço Soure/Aveiro (Oiã), no âmbito da consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental, que termina a 31 de julho. As três soluções propostas para o trecho Centro da Linha de Alta Velocidade (LAV), que foram dadas a conhecer aos presentes, surgem como alternativas que se afastam o mais possível dos perímetros urbanos e que procuram evitar provocar impactos maiores nas zonas com mais densidade populacional. A proposta passa, ainda, pelo alargamento para quatro vias da Linha do Norte entre Taveiro e Coimbra B.

O estudo prévio indica que para estas propostas partiu-se dos corredores estudados na primeira década deste século, tendo por base os novos pressupostos do atual projeto AV, designadamente a bitola ibérica, o serviço AV nas estações existentes, isto é, em Coimbra B, e articulação da rede AV com a atual Rede Ferroviária Nacional. O documento adianta ainda que, no trecho Centro, foram estudadas várias soluções, que se localizam agora numa zona com menos ocupação urbana, não exigindo a construção de túneis e, simultaneamente, encurtando a extensão da ligação à Linha do Norte em Taveiro.

 

“Para garantir o serviço AV na atual estação de Coimbra B, concluiu-se que a única hipótese passa pelo alargamento para quatro vias da Linha do Norte entre Taveiro e Coimbra B, associado às ligações à Linha Norte de Taveiro e Adémia, aumentando, assim, a capacidade na Linha Norte”, refere o estudo. Em suma, no Centro estão em análise três alternativas e o projeto engloba a quadruplicação da Linha do Norte entre Taveiro e a Estação de Coimbra B, que será reformulada para acomodar a Linha de Alta Velocidade.

 

O objetivo principal, segundo o documento, “foi o de procurar alternativas de traçado que se afastassem o mais possível dos perímetros urbanos e de outras condicionantes territoriais, procurando, sempre que possível, evitar provocar impactes noutros locais, semelhantes àqueles que se estariam a eliminar ao deslocar a alternativa de traçado”.

 

A área em estudo na zona Centro diz respeito à zona de travessia dos concelhos de Condeixa e Coimbra e do vale do Mondego. Trata-se, refere o estudo, de uma zona densamente povoada e com um conjunto de condicionalismos à passagem de uma infraestrutura como esta, das quais se destaca, para além das áreas urbanas, o aproveitamento hidroagrícola do Mondego, a Mata Nacional do Choupal e a Escola Superior Agrária de Coimbra.

 

A inserção das ligações Linha de Alta Velocidade sul/ Linha do Norte é feita entre o apeadeiro de Vila Pouca do Campo e a estação de Taveiro, próximo da zona comercial e industrial de Taveiro.

 

Os principais condicionamentos relativos à quadruplicação da Linha do Norte, refere ainda o estudo, prendem-se com a ocupação urbana adjacente à atual linha e com as obras de arte atuais que não têm gabarit horizontal que permita acomodar as futuras quatro vias. O alargamento será feito para ambos os lados da Linha do Norte em função da ocupação urbana, visando sempre minimizar a afetação de habitações, e contempla diversos muros para proteção do edificado, assim como vários caminhos laterais para restabelecer vias interrompidas. Adicionalmente, o tráfego ferroviário não poderá ser interrompido durante a ampliação da Linha do Norte ou da Estação de Coimbra B.

 

A nova ponte do rio Mondego, onde se irão ligar os Viadutos de Bencanta no seu encontro sul, terá uma extensão de cerca de 475 metros e desenvolve-se a jusante e paralelamente à atual ponte da Linha do Norte. De modo a minimizar a interferência com o fluxo hidráulico do rio, os alinhamentos dos pilares da nova ponte estão alinhados com os da ponte existente, conduzindo à adoção de vãos tipo de 45 m. Além do atravessamento do rio Mondego, esta obra transpõe a Estrada do Rio, na margem esquerda, as motas de proteção das margens, o extremo nascente da Mata Nacional do Choupal, o rio Velho e ainda a estrada marginal.

 

A Estação de Coimbra será ampliada para incluir as linhas AV e fica com quatro plataformas de passageiros. A ampliação da estação será feita aumentando longitudinalmente as plataformas de passageiros existentes, de forma a minimizar a perturbação do tráfego ferroviário que terá de continuar a circular, enquanto decorrerem as obras. Em termos de rasante procurou-se que as futuras vias respeitam, tanto quanto possível, as cotas existentes.

 

É de referir que, no âmbito de uma parceria entre a Infraestruturas de Portugal e a Câmara Municipal de Coimbra, está em curso a elaboração do Plano de Pormenor da Estação de Coimbra, com vista à melhoria das questões urbanísticas e infraestruturais na envolvente da Estação de Coimbra B.

 

O novo limite de ocupação implica a afetação de habitações, anexos e telheiros, sendo que foram previstos vários muros para minimizar o número de afetações. No caso da quadruplicação da linha do Norte, no trecho antes de Taveiro vão ser afetadas quatro habitações, sete anexos e sete telheiros; já no trecho Taveiro – Casais vão ser afetadas quatro habitações e nove anexos; no trecho Casais – Espadaneira vão ser afetadas nove habitações, nove anexos e cinco telheiros; no trecho Espadaneira – Bencanta vão ser afetadas 11 habitações, oito anexos e três telheiros e no trecho Bencanta – Adémia vão ser afetadas sete habitações, quatro anexos e três telheiros. No total, vão ser afetadas 35 habitações, 37 anexos e 18 telheiros.

 

A documentação está disponível no Portal Participa, devendo as observações e sugestões serem apresentadas diretamente neste portal. Os documentos também podem ser consultados na página online Câmara Municipal de Coimbra, através Documentos em apreciação pública — Câmara Municipal de Coimbra.

 

A Câmara Municipal de Coimbra vai criar um gabinete de apoio aos munícipes que irão ser diretamente afetados pelo traçado da linha de Alta Velocidade, de forma a auxiliá-los nas mais diversas áreas, como por exemplo na área social e jurídica, apoiando-os designadamente no processo expropriativo e nos eventuais realojamentos. A informação foi avançada pela vereadora da Mobilidade e Transportes, Ana Bastos, durante a sessão de esclarecimentos que decorreu na União das Freguesias de S. Martinho e Ribeira de Frades.

 

 

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