O concurso prevê a substituição de cerca de 23.119 luminárias ‘não LED’ – segundo o cadastro da E-Redes – e a instalação de um sistema de telegestão de “rede inteligente”, o que permitirá uma poupança de cerca de 70% no consumo elétrico em espaço público que é, segundo a apresentação feita pelo diretor de Departamento de Espaço Público, Santos Costa, o grosso da fatura de eletricidade paga pelo Município. Este valor corresponde a cerca de 60% dos custos, o que correspondeu, no ano passado, a mais de 2,6 milhões de euros.
Com as alterações à gestão da rede pública agora propostas, que têm um horizonte de 15 anos, a manutenção das luminárias passa para a responsabilidade da empresa de serviços energéticos que ganhar o concurso, assim como o investimento, que visa, para além da redução dos custos da energia, melhorar a qualidade da iluminação, mantendo o conforto e segurança, e melhorando a eficiência através da implementação de soluções inteligentes, num processo que, de outro modo, seria moroso e mais dispendioso. Esta solução, no fim do contrato, estima uma poupança para Coimbra de mais de dois milhões de euros.
Neste momento, a concessão da rede elétrica está entregue à E-Redes que, perante as alterações previstas, foi consultada, respondendo nada ter a opor. O início do novo contrato implica a desmontagem das luminárias de vapor de sódio de alta pressão pagas pela E-Redes, algumas ainda não amortizadas.
Toda a componente de cabos elétricos (aéreos e subterrâneos), no entanto, mantêm-se na concessão com a E-Redes, continuando a manter estes bens enquanto estiver em vigor. É de realçar que no estabelecimento de novas redes de iluminação pública, nomeadamente de novos loteamentos/urbanizações, obras desenvolvidas pela CM de Coimbra ou ampliações de rede nas freguesias periurbanas, as luminárias não integrarão este processo, por não se tratar de eficiência energética, mantendo-se a gestão como está atualmente.
Uma das vantagens deste novo contrato é o ganho de tempo na substituição das luminárias e na implementação de novas soluções tecnológicas. Ao prosseguir a implementação de planos LED com a E-Redes – refere-se na informação técnica –, com cadência com que se têm feito as substituições, cerca de 2000 unidades por ano, o Município de Coimbra iria demorar mais de 10 anos até obter a mesma poupança. Acresce, ainda, o facto de as luminárias que a E-Redes instala ainda não permitirem a colocação de módulos de comunicações, o que impossibilita a implementação de regulações de fluxo, ficando-se sempre aquém dos valores globais de redução que se pretendem atingir (70% de redução de consumo).
Por outro lado, para se cumprirem estes objetivos, de modo a alinhar Coimbra no grupo das “Cidades e Comunidades Sustentáveis”, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, não é possível ao Município suportar, diretamente, a substituição de todas as luminárias de uma só vez, o que implicaria um custo estimado superior a seis milhões de euros, ao que se acrescentaria mais dois milhões de euros para a criação de uma rede inteligente própria e sistema de telegestão, integrando tecnologias inteligentes, como sensores de luminosidade, volumétricos, para otimizar o desempenho e a gestão da iluminação. No fim deste processo, a CM de Coimbra teria de manter as luminárias e o sistema de telegestão, tornando-se necessário contratar, externamente, esses serviços de manutenção.