20 Março 2024

CM de Coimbra estabelece acordo com Instituto Superior de Agronomia para gestão científica do arvoredo

CM de Coimbra estabelece acordo com Instituto Superior de Agronomia para gestão científica do arvoredo

O Município vai celebrar um acordo de cooperação com o Instituto Superior de Agronomia (ISA) para a prestação de serviços de assistência técnica e científica para a quantificação de biodiversidade e de serviços de ecossistemas prestados pelo arvoredo urbano, no âmbito da gestão do arvoredo no Município. O processo foi aprovado na reunião do Executivo de dia 18 de março, e implica uma despesa de 46.250 mil euros, com prazo de execução de 360 dias. Importa relembrar que Coimbra é uma das poucas cidades portuguesas a ter um Cadastro do Arvoredo Urbano, apresentado no ano passado, uma ferramenta essencial na gestão nesta área.

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai, assim, recorrer à competência dos serviços do ISA (para além da experiência nesta matéria, esta instituição académica efetuou trabalhos similares em Lisboa e Cascais, por exemplo) para quantificar os serviços de ecossistema que proporcionam as árvores de arruamento da cidade, para a totalidade dos indivíduos existentes, com base nos dados já recolhidos pela CM de Coimbra (incidindo sobre vários componentes, nomeadamente relacionados com a atmosfera, os efeitos hidrológicos e a remoção de poluentes).

 

No âmbito deste protocolo, o ISA vai, também, recolher informação sobre dados de copa (saúde da copa, copa em falta, exposição da copa à luz, altura da base da copa) para uma amostra de árvores de arruamento do arvoredo sob gestão do Município (para uma melhor estimativa dos serviços ambientais, avaliação da composição e diversidade arbórea) e, ainda, dar formação, na ótica do utilizador, sobre a ferramenta i-Tree, uma aplicação open access criada pelo USDA Forest Service (Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos EUA), que fornece meios para a análise e para avaliação da floresta (tanto em ambientes urbanos como em contexto rural) e dos seus benefícios ecológicos e económicos.

 

Os trabalhos vão decorrer durante um ano e vão estar a cargo de uma equipa pluridisciplinar do Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves, do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa, que inclui especialistas nas áreas de arquitetura paisagista e de ecologia urbana, serviços de ecossistema de árvores urbanas, botânica e sistemas de informação geográfica. A equipa de coordenação vai ser composta pelas professoras Ana Luísa Soares e Susana Dias, além da investigadora Leónia Nunes.

 

O Município de Coimbra vai, assim, investir neste projeto o total de 46.250 mil euros, dos quais 27.750 euros serão cabimentados este ano e os restantes 18.500 assumem compromisso para o próximo ano. Os pagamentos serão faseados, sendo que o primeiro, de 30%, que corresponde ao valor de 13.875 euros, será feito com a entrega de um relatório de diagnóstico da situação existente e metodologias, o segundo também do mesmo valor, aquando da entrega de um relatório do trabalho de campo, o terceiro também de igual montante com entrega do relatório da tarefa primeira e o quatro e último, de 4.625 euros com entrega do relatório final.

 

Este trabalho vai permitir fazer balanços de CO2, nomeadamente, o libertado para a atmosfera pela poluição e o captado pelo património arbóreo, com vista à definição de indicadores que permitam o alinhamento com as preocupações ambientais a nível mundial. A ferramenta além de ser utilizada pelos serviços municipais, poderá ser disponibilizada em formato de visualizador para o exterior, o que permite, igualmente, que os projetistas privados, possam melhorar a qualidade dos seus projetos paisagísticos.

 

Recorde-se que, no ano passado, no Dia Mundial da Árvore, a CM de Coimbra apresentou, formalmente, o Cadastro do Arvoredo Urbano. Este documento integra mais de 26 mil espécies existentes no espaço público municipal da área urbana. A plataforma permite ter acesso ao “cartão de cidadão” das árvores, ou seja, é possível consultar a informação das árvores, nomeadamente a sua idade, a sua localização e outras informações técnicas mais especificas relacionadas com a fitossanidades dos exemplares arbóreos. Esta ferramenta é essencial para o planeamento e gestão, que poucos municípios possuem embora seja obrigatória por lei, permitiu coligir dados específicos sobre o património arbóreo urbano que também proporcionam desenvolvimento de trabalhos subsequentes, nomeadamente a quantificação e qualificação dos serviços dos ecossistemas prestados pelas arvores em meio urbano.

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