“Decidimos homenagear este cantor inolvidável e ao fazê-lo estamos também a homenagear a música de Coimbra”, referiu o presidente da CM de Coimbra. O autarca recordou que Fernando Rolim é uma figura central da 2ª Geração de Ouro da Canção de Coimbra, “que esteve ao lado de nomes como Luiz Goes, José Afonso e Fernando Machado Soares”.
José Manuel Silva falava à margem do espetáculo “Fernando Rolim – As ondas de um mar sem fim: Oito décadas de dedicação ao Fado e à Canção de Coimbra”, que decorreu ontem na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco. Uma iniciativa da CM de Coimbra da UC e da Academia do Fado, da Canção e da Guitarra de Coimbra, que prestou homenagem à vida e obra de Fernando Rolim, reunindo em palco grupos académicos de que fez parte, como a Tuna Académica da UC, os Antigos Tunos e o Coro dos Antigos Orfeonistas da UC. O Grupo de Fados de Coimbra “Raízes” – composto por conceituados nomes da Canção de Coimbra, como Octávio Sérgio e Rui Pato – e o Grupo de António José Moreira e de Jorge Cravo também marcaram presença no concerto.
O presidente da CM de Coimbra considerou que esta homenagem é merecida, nos 93 anos de Fernando Rolim. “A homenagem justifica-se exatamente por ser uma figura da Canção de Coimbra e um dos nomes maiores do Fado de Coimbra”, assinalou, considerando que “não podemos nunca esquecer os nomes de quem construiu, divulgou e levou a um patamar único – e que nos orgulha – o nosso Fado e a Canção de Coimbra por todo o mundo”.
Com um timbre e uma capacidade de interpretação únicos no contexto cultural nacional, Fernando Rolim marcou e continua a inspirar várias gerações de cultores da Canção de Coimbra, desempenhando um papel notável na sua preservação.
O homenageado considerou, no final do espetáculo, “que a Canção de Coimbra está viva e que a autarquia tem consciência da sua importância enquanto património cultural imaterial da nossa cidade”. Às novas geraçõess deixou o desafio de continuarem o trabalho inicado há 75 anos. “Cantem e inovem, mas nunca deixem de ouvir e aprender com as referências. Sem referências perdíamos a nossa identidade”, concluiu Fernando Rolim.
“Felizmente para todos nós é uma lenda viva do Fado de Coimbra e é justo e devido homenageá-lo”, considerou, por sua vez, o presidente da Academia do Fado, da Cançao e da Guitarra de Coimbra, António Ribeiro. “Fernando Rolim é o nosso decano, tem 93 anos e é o cultor do Fado de Coimbra com maior reputação que nós temos da geração de 50”, concluiu.
Fernando Rolim nasceu no dia 2 de dezembro de 1931, em Coimbra, e aqui fez a sua vida académica, tendo concluído a licenciatura em Medicina em 1958. Desde cedo se dedicou ao estudo musical e foi durante o seu percurso académico, e na Tuna Académica de Coimbra, que deu os primeiros passos numa jornada que o transformaria num dos mais reconhecidos nomes da Canção de Coimbra.
Destaca-se, no seu percurso, a relevância do seu contributo e dinâmica para a promoção desta manifestação artística, representando a cidade e Portugal em diversos países, desde Espanha até ao Brasil, bem como em vários meios e estruturas culturais. Sendo um ativista da defesa da Canção de Coimbra até aos dias de hoje, participou como orador em congressos e colóquios, enquanto convidado de espetáculos e produções televisivas com temáticas alusivas ao Canto de Coimbra e em variadas edições discográficas.
Recorde-se que, na reunião da CM de Coimbra do dia 20 de janeiro, a autarquia aprovou a proposta do presidente, José Manuel Silva, para a atribuição da Medalha da Cidade, Grau Ouro, a Fernando Rolim.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | Catarina Gralheiro
Vídeo: Câmara Municipal de Coimbra | Marta Costa