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14 Agosto 2025

Classificação do painel de Vasco Berardo instalado no Mandarim está em consulta pública

Classificação do painel de Vasco Berardo instalado no Mandarim está em consulta pública

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra informa que está a decorrer a consulta pública necessária no âmbito da abertura do procedimento de classificação de monumento de interesse municipal (MIM) do painel de azulejos de Vasco Berardo, instalado no antigo café-restaurante Mandarim. O aviso foi publicado na II série do “Diário da República”, no passado dia 8 de agosto, e determina um período de 30 dias úteis para os interessados se manifestarem.

Os interessados podem apresentar, por escrito, sugestões, informações ou reclamações, através de requerimento nos serviços de atendimento ao público da Câmara Municipal de Coimbra (no Mercado Municipal D. Pedro V ou na Loja do Cidadão), por endereço de correio eletrónico, para geral@cm-coimbra.pt ou, ainda, por correio postal, para a morada Praça 8 de Maio, 3000 – 300. O processo pode ser consultado nos serviços de atendimento ao público da Câmara Municipal, durante o horário de expediente, das 8h30 às 16h30, ou na página web da autarquia, aqui.

 

A proposta de classificação do painel de azulejos da autoria de Vasco Berardo como Bem de Interesse Municipal, bem como a realização de um inventário da vasta obra de Vasco Berardo, com o intuito da sua eventual classificação, conservação, preservação e valorização futura, foi aprovada na reunião do Executivo de 16 de dezembro do ano passado, depois da CM de Coimbra ter sido notificada do arquivamento, por parte da Direção-Geral do Património Cultural, do pedido de classificação de âmbito nacional.

 

A proposta da CM de Coimbra refere que a obra de Vasco Berardo “representa inegavelmente um valor patrimonial com significativa importância a nível artístico, bem como histórico-cultural e social, como testemunho de uma época específica da arte portuguesa e de vivências e factos históricos de singular importância a nível local”.

 

Acrescenta-se que se evidencia por um lado a qualidade artística do painel, pela cor, pelo caráter da representação, pela presença do neorrealismo que se insere numa primeira geração dos modernistas portugueses, mas também pelo significado no contexto político e social de então. “Se tivermos em consideração os elementos essenciais para a fundamentação de um processo de classificação de um bem imóvel, nomeadamente os critérios gerais, de carácter histórico-cultural, estético-social e técnico-científico, e os critérios complementares, de integridade, autenticidade e exemplaridade, parece-nos que este painel lhes corresponde inteiramente”, refere a proposta.

 

O parecer refere, ainda, “a sua importância a nível histórico-social e artístico, ao que se acresce o seu simbolismo e valor imaterial, como testemunho de uma época crucial em termos político-sociais, encontra-se interligada à figura de Vasco Berardo, artista de relevo, quer na cidade de Coimbra, que lhe valeu em 2010 a distinção com a Medalha do Centenário da República Portuguesa pela Câmara Municipal de Coimbra, quer a nível nacional e internacional, que lhe valeram outras distinções idênticas”.

 

Vasco do Vale Berardo de Andrade nasceu a 5 de novembro de 1933, em Coimbra, onde veio a falecer a 1 de julho de 2017. Fez a instrução primária na escola de Celas, e com apenas 12 anos de idade vai frequentar o atelier do Mestre José Contente (1907-1957), com quem teve aulas particulares, onde começa a aperfeiçoar as técnicas de desenho e gravura. Em 1946 ganha o 1.º prémio de desenho no Salão Provincial de Educação Estética, e, nesse mesmo ano, começa a trabalhar na Estatuária Artística de Coimbra. Em 1948 vai trabalhar para uma fábrica, a Cerâmica de Souselas, onde irá permanecer até aos 16 anos, no sentido de se poder dedicar mais intensamente à cerâmica artística e de conhecer as técnicas utilizadas. Segundo as informações disponibilizadas, terão contribuído para o seu enriquecimento profissional os mestres Manuel Pereira, oleiro, António Vitorino, aguarelista, e o arquiteto Fernandes. Juntamente com outros jovens artistas, vai fundar o grupo denominado “Os Novos de Coimbra”, com os quais participará em várias exposições coletivas entre 1951 e 1956.

 

Quanto ao Café-Restaurante Mandarim, com projeto e decoração do arquiteto Carlos de Almeida, foi inaugurado em 1960. Para o mesmo, foi feita uma encomenda a Vasco Berardo, de um painel de azulejos de grandes dimensões, que foi executada pelo artista aos 25 anos de idade, entre 1959 e 1960.

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