O dia de ontem foi de recordações, memórias e partilhas, mas também de convívio entre os mais de 250 associados que estiveram presentes no evento. O presidente da CM Coimbra foi dos primeiros a chegar e, em declarações aos jornalistas, recordou a importância da Académica em momentos cruciais da história de Portugal. “A Académica de Coimbra desempenhou, ao longo dos tempos, papéis notáveis na cidade, na academia e no país. E eu destaco o que se passou no Jamor, logo a seguir à crise de 17 de abril de 1969. (…) A mensagem da Académica teve impacto em todo o país e fortaleceu todos os que eram contra a ditadura, pois se estes jovens eram capazes de entrar no Jamor e envergar este sinal de luto académico em forma de protesto contra o regime, então era possível que todos o fizessem. E isso foi um impulso para o 25 de abril”, afirmou Manuel Machado.
“Hoje o que assinalo de muito especial é que há aqui uma preocupação em não perder a memória”, prosseguiu o presidente da CM Coimbra, salientando que a importância da instituição, no passado e no presente, e garantindo que a autarquia está pronta “a ajudar a que se vença o desafio de fortalecer a Académica”. “Naquilo que seja legítimo, a Câmara Municipal está pronta para ajudar, mas há caminhos que têm de ser desencadeados e percorridos de modo a que a capacidade mediadora da Académica se fortaleça. Esse é o nosso objetivo”, concluiu Manuel Machado.
A união das principais instituições da cidade em torno da Académica foi, aliás, o foco de todos os discursos, nomeadamente do vice-reitor da Universidade de Coimbra, João Nuno Calvão da Silva, e do presidente da Direção-geral da Académica, Daniel Azenha. Uma mensagem elogiada pelo presidente da Mesa da Assembleia-geral da AAC-OAF, João Vasco Ribeiro, e pelo presidente da Direção da AAC-OAF, Pedro Roxo, que foi o último a discursar, encerrando a cerimónia.
A tarde foi, sobretudo, marcada por momentos de grande emoção e muitos aplausos. A entrega do emblema de platina, pela primeira vez na história da instituição, ao mais antigo sócio da Académica, Jorge Condorcet, pelos seus mais de 75 anos, ininterruptos, de associado, foi um deles. O mais marcante foi a homenagem prestada aos jogadores, treinador e dirigentes que estiveram presentes na Taça de Portugal de 1969 e que levou ao palco os jogadores que se encontravam na sala, as esposas dos jogadores já falecidos e os filhos e netos dos mesmos como um sinal do futuro da instituição.
A cerimónia contou ainda com a entrega de emblemas aos sócios com mais de 25 e 50 anos de associativismo, com um momento musical protagonizado pelo Fado ao Centro e com o lançamento de uma nova música da Académica, intitulada “Eterna Briosa”.