Com este evento, a Câmara Municipal (CM) de Coimbra, em articulação com os demais parceiros, pretende dar continuidade ao trabalho de salvaguarda e de preservação do património alimentar doceiro e, em paralelo, estimular o desenvolvimento da inovação e o conhecimento desta arte de saber-fazer. O programa da Mostra foi apresentado hoje, dia 15 de fevereiro, em conferência de imprensa, no Café-Concerto do CSF, com a presença do presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, do chefe da Divisão de Cultura da CM de Coimbra, Rafael Nascimento, do presidente da Associação de Doceiros de Coimbra, Gabriel Faneca, e ainda com a participação especial do embaixador da Mostra, o icónico defensor de Coimbra e da região, Bruno Aleixo.
A XII edição da Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra conta com a participação de 37 expositores doceiros, com destaque para a presença de um expositor internacional, de Santiago de Compostela, cidade geminada com Coimbra. O mote do certame é a herança doceira, legado de congregações religiosas dos três conventos de Coimbra – Celas, Santa Clara e Sant’Anna –, de que são exemplos o pastel de Santa Clara, a arrufada de Coimbra ou o pudim das Clarissas. Além dos doces e licores conventuais de Coimbra e da região centro, disponibilizados por expositores oriundos de Alcobaça, Alfeizerão, Ançã, Aveiro, Figueira da Foz, Lamego, Leiria, Lorvão, Ovar, Pereira, Tentúgal e Tomar vai ser possível, ainda, ser degustados doces típicos da região norte (Amarante, Caldas de Vizela, Felgueiras, Régua e Santa Maria da Feira) e do sul do país (Évora, Reguengos de Monsaraz e Silves).
A notável arte de manusear ingredientes como o açúcar, os ovos, a farinha, a amêndoa, entre outros, poderá ser comprovada pelos visitantes ao saborearem especialidades doceiras como: papos d´anjo; foguetes; lérias; queijadas de São Gonçalo; brisas do Tâmega; pasteis e queijadas de Tentúgal e de Évora; pão de ló de Ovar, Margaride e Alfeizeirão; suspiros; ovos moles; cacos; castanhas de ovos; fidalguinhos; raivas; São Gonçalinhos; bolinhol; cavacas; sopa dourada; trouxas de ovos; cornucópias; toucinho do céu; bolo real de São Bernardo; hóstias celestiais; queijinhos do céu; brisas do Lis; pão de rala; ensopado de noz; sericaia; encharcada; morgado; fidalgo; regueifa; fogaça; bolo do convento; pasteis e nevadas de Lorvão; fatias de Tomar; D. Rodrigo; queijinhos de figo; os rebuçados da Régua; entre muitos outros exemplares que, por certo, vão fazer jus à riqueza dos nomes, das formas, das cores mas, acima de tudo, da qualidade dos sabores inigualáveis da doçaria conventual e contemporânea que Portugal oferece.
A renovação do evento fica também marcada pela programação em outros espaços, nomeadamente no Convento São Francisco e na Capela da Ordem Terceira, refletindo o alinhamento da escolha dos espaços com a dimensão tradicional e contemporânea que ambos transportam, criando ressonâncias entre o património imaterial e o edificado. Nesta edição juntam-se, entre outras propostas, workshops, uma performance teatral, dois concertos e um recital de poesia a cargo de Pedro Lamares.
No sábado, dia 04, a ADOC e a EHTC lançam o convite para se dirigir “Do convento para o Bar” para uma “Harmonização de doces conventuais com cocktails” e para testar de que forma “Os Doces Também se Bebem”, atividades dinamizadas pelos chefs Eduardo Vicente, Luis Gomes e Paulo Queirós, apresentados por Catarina Camacho. O programa conta ainda com o “Coro das Freiráticas”, apresentado pela Cooperativa Bonifrates, que apresenta a leitura de um texto, que evoca os outeiros conventuais – doce inspiração a partir de uma história jocosa do século XVIII, “Suplício dos doces”. Também no sábado, numa incursão pelo património doceiro coimbrão, em “Doces da Casa”, a ADOC leva a cabo o workshop dedicado ao tema “Coimbra, Pátria das Arrufadas”. A fechar o programa deste dia, António Ataíde apresenta um espetáculo inédito de Canção de Coimbra, na Capela da Venerável Ordem Terceira.
Na programação de domingo, para além dos workshops “Uma Rosa para a Rainha” (ADOC) e de “Os Doces Também se Bebem” (EHTC), salienta-se a tertúlia com degustação “Comer com os Olhos”, uma conversa entre Guida Cândido (autora de livros, artigos científicos e publicações nas áreas da gastronomia, culinária e história da alimentação) e Paulo Queirós (gerente e chef do Cordel Maneirista), apresentados por Catarina Camacho. Destaque ainda para a voz inconfundível de Pedro Lamares, que será o protagonista do recital de poesia “A Poesia é para Comer”. A XII Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra culmina com uma atuação única dos Guitarrinhos do Mondego, da MUS.MUS.CBR – Associação Cultural Museu da Música de Coimbra.
A iniciativa, que conta ainda com a colaboração do Café-Concerto e da Ordem Terceira, é de entrada livre e decorre entre as 14h00 e as 22h00 de sábado, dia 04, e entre as 10h00 e as 19h00 de domingo, dia 05, na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco.
Programa
sábado, 04 de março
14h00 | Abertura Oficial
15h00| Do convento para o Bar (EHTC e ADOC)
Harmonização de doces conventuais com cocktails
Chefs: Eduardo Vicente e Luís Gomes (EHTC) e Paulo Queirós (ADOC)
Host: Catarina Camacho
16h00 | Os Doces Também se Bebem (EHTC)
Chefs: Eduardo Vicente e Luís Gomes
17h00 | Coro das Freiráticas
Cooperativa Bonifrates
18h30 | Doces da Casa (ADOC)
Workshop: Coimbra, Pátria das Arrufadas
21h00 | António Ataíde
Canção de Coimbra
domingo, 05 de março
10h00 | Abertura ao público
11h00 | Doces da Casa (ADOC)
Workshop: Uma Rosa para a Rainha
14h00 | Os Doces Também se Bebem (EHTC)
Chefs: Eduardo Vicente e Luís Gomes
15h00 | Comer com os Olhos
Tertúlia com degustação: Guida Cândido, Paulo Queirós (Cordel Maneirista)
Host: Catarina Camacho
17h00 | A Poesia é para Comer
Recital de Poesia: Pedro Lamares
18h00 | Guitarrinhos do Mondego
Mus.Mus.CBR (Associação Cultural Museu da Música de Coimbra)
Doceiros participantes
- Abadia de Alcobaça
- Associação Gastronomia Figueira com Sol e Mar (Figueira da Foz)
- Bolo de Ançã – Avó Madalena
- Brisadoce (Amarante)
- Café Santa Cruz (Coimbra)
- Cafetaria D. Sesnando (Tentúgal)
- Casa das Festas (Ovar)
- Casa de Chá Doce Meu (Coimbra)
- Casa do Bolinhol (Caldas de Vizela)
- Casa do Pão-de-Ló de Alfeizerão
- Casa dos Doces Conventuais (Alcobaça)
- Confeitaria Conventus (Évora)
- Confeitaria Moeda / Brasileira (Coimbra)
- Cordel Maneirista (Coimbra)
- Delícias do Castelo (Santa Maria da Feira)
- Demaria Doçaria (Leiria)
- Doçaria do Sul (Silves)
- Doçaria Paula Rosa (Reguengos de Monsaraz)
- Doçaria Ponto Rebuçado (Leiria)
- Douro’s Flavours (Lamego)
- Lágrima do Mondego (Coimbra)
- O Mosteiro (Lorvão)
- Pão de Ló de Margaride (Felgueiras)
- Pastelaria Arco Íris (Coimbra)
- Pastelaria Briosa (Coimbra)
- Pastelaria Latina (Aveiro)
- Pastelaria Moinho Velho (Coimbra)
- Pastelaria Tamoeiro (Coimbra)
- Pastelaria Templária (Tomar)
- Pastelaria Tosta Rica (Coimbra)
- Pastelaria Vasco da Gama (Coimbra)
- Pastelaria Vénus (Coimbra)
- Pastelaria Visconde (Coimbra)
- Queijadinha (Pereira)
- Rebuçados da Régua
- Tertúlia dos Sabores (Coimbra)
- Santiago de Compostela