1 Dezembro 2020

Nota de pesar pelo falecimento de Eduardo Lourenço

Nota de pesar pelo falecimento de Eduardo Lourenço

Hoje é um dia triste para Coimbra e para Portugal, pelo falecimento de Eduardo Lourenço.

Filósofo, professor, ensaísta, escritor e interventor cívico, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores e intelectuais mais proeminentes da cultura e da política contemporânea portuguesa e europeia.

 

A sua forte ligação a Coimbra remonta aos anos 40 do século XX, quando ingressa na Faculdade de Ciências e depois na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde encontrou um ambiente aberto e propício à reflexão cultural que sempre haveria de prosseguir. Conclui a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com a tese “O Sentido da Dialética no Idealismo Absoluto”, e começa depois a lecionar, como assistente do professor Joaquim de Carvalho.

 

Com 26 anos publica o seu primeiro livro, “Heterodoxia”, que reúne parte da sua tese de licenciatura num dos mais radiosos discursos ensaísticos da literatura portuguesa, e começa a colaborar também com o Diário de Coimbra, com “Crónicas Heterodoxas”.

 

Galardoado com os mais reputados prémios literários e distinções nacionais e internacionais, entre os quais Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, Eduardo Lourenço recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a 22 de junho de 2001.

 

Em 2015, Eduardo Lourenço doou à Câmara Municipal de Coimbra um vasto e valioso património documental da sua biblioteca particular, em homenagem à cidade onde estudou, lecionou, partilhou ideias e ideologias. Esta coleção, constituída por mais de 3000 documentos, como monografias e periódicos da sua autoria e de autores estrangeiros, encontra-se hoje na Casa da Escrita do Município de Coimbra, na Sala Eduardo Lourenço, inaugurada para esta ocasião em 28 de novembro de 2015.

 

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, lamenta a morte de Eduardo Lourenço, lembrando “o seu brilhantismo, a sua generosidade, simplicidade e combatividade”. “Eduardo Lourenço foi um notável cidadão. A partir de Coimbra, com a liberdade que nos carateriza, interpretou e refletiu sobre Portugal, pensou e interrogou sobre a Europa e o Mundo, e deixou-nos um património que durante séculos guiará o pensamento filosófico sobre a sociedade contemporânea, que está pela sua generosidade à guarda da Câmara Municipal de Coimbra e que poderá ser consultado na Casa da Escrita”, salienta Manuel Machado, que em 2001 o condecorou com a Medalha de Ouro da Cidade.

 

O presidente da autarquia deu instruções para que a bandeira do Município fosse colocada a meia haste, endereçando à família e amigos as mais sentidas condolências por esta perda inestimável e reforça um profundo agradecimento a Eduardo Lourenço, “pela sua estima e enriquecimento à cidade de Coimbra, que muito o preza”.

 

Eduardo Lourenço, nascido a 23 de maio de 1923, em Almeida, na Beira Alta, faleceu esta terça-feira, primeiro de dezembro de 2020, aos 97 anos.

 

[Fotografia de capa gentilmente cedida pelo Diário de Coimbra]

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