11 Setembro 2020

Governo garante que Metrobus vai avançar por “respeito e justiça com o povo”

Governo garante que Metrobus vai avançar por “respeito e justiça com o povo”

O ministro das Infraestruturas e Habitação disse hoje que a consignação da empreitada de conclusão da Via Central na Baixa de Coimbra para permitir a passagem do Metrobus é um “passo estruturante” para a mobilidade da cidade e da região. Discursando no exterior dos Paços do Município de Coimbra, na cerimónia de consignação da obra, que se insere no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), Pedro Nuno Santos salientou que a intervenção parecia “um bloqueio difícil de arrancar”, pediu desculpa aos cidadãos da região – admitindo que se a obra fosse em Lisboa ou no Porto não teria demorado tantos anos – e garantiu que agora se vai mesmo fazer por “respeito e justiça com o povo”.

O ministro Pedro Nuno Santos pediu hoje desculpa aos cidadãos da região. “O Estado ficou a dever às populações desta região durante demasiados anos. Há um pedido de desculpas que é devido. Se este investimento fosse em Lisboa ou no Porto, não tínhamos demorado tanto tempo. E é importante que nós, com frontalidade e transparência, assumamos que aquilo que estamos a fazer é justiça e respeito para com o povo. (…) Há dez anos nós levantámos os carris e até agora zero, muitas cerimónias, muitos anúncios e nada aconteceu. E quando queremos perceber porque é que a população se afasta do exercício da democracia, dos políticos, temos aqui, no Sistema de Mobilidade do Mondego, um grande exemplo”, afirmou o ministro, argumentando, contudo, que “neste momento estamos a cumprir a nossa parte”.

 

Horas antes, o governante tinha presidido em Serpins, concelho da Lousã e distrito de Coimbra, à cerimónia de consignação da empreitada de adaptação do Ramal da Lousã (desativado há 10 anos) à circulação do Metrobus, entre aquela localidade e o Alto de São João (Coimbra), numa extensão de 30 quilómetros, que também se insere no SMM. “O ato de consignação é mesmo o último ato, onde o Estado participa mais diretamente: nós entregamos a responsabilidade da obra ao empreiteiro que ganhou o concurso. E é por isso que o senhor presidente da Câmara Municipal de Coimbra dizia que este era o ‘pontapé de saída’ para uma obra da máxima importância” referiu.

 

Pedro Nuno Santos confessou que gostava de ter a oportunidade de estar presente “no dia verdadeiramente histórico, o da primeira viagem de Serpins a Coimbra” e garantiu também que, apesar de ser um adepto da ferrovia, a solução encontrada “permitirá oferecer agilidade, flexibilidade e conforto às populações desta região, permitirá ligações diretas a mais destinos e mais frequentes e, portanto, haverá um ganho real para a mobilidade das populações desta região”. Uma ideia partilhada pelo presidente do conselho de Administração da empresa Metro Mondego. “O sistema em execução não é inferior ao anterior, nem em conforto, nem em frequência, nem na qualidade de interação urbana”, assegurou.

 

“Os veículos que vão ser adquiridos têm requisitos de conforto que em nada ficam a dever aos metros ligeiros, o acesso às plataformas dos autocarros será também totalmente nivelado, a frequência (com a passagem de 5 em 5 minutos em horas de ponta) será superior à anteriormente prevista, a integração tarifária será uma realidade, a informação aos passageiros terá igual fiabilidade e conteúdo. Queremos, a partir de agora, começar a recuperar a confiança da população no projeto para que facilite a sua realização e no futuro promova a sua intensa utilização”, afirmou João Marrana.

 

A abertura da Via Central, além do aumento da mobilidade no centro da cidade com a passagem do Metrobus, visa a eliminação de uma área de degradação urbana, contribuindo para a melhoria e requalificação de um espaço vasto, integrado na zona de proteção do bem classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. Uma obra que vai representar um investimento superior a 3,5 milhões de euros e integra a reconstrução de vários imóveis e a construção do edifício-ponte, da autoria do Arquiteto Gonçalo Byrne, que irá permitir a passagem do Metrobus. Após a conclusão das obras, cujo prazo de execução é de 23 meses, ficarão disponíveis dois edifícios, com uma área de construção de cerca de 2.600 m2, destinados a comércio, restauração, serviços e habitação.

 

A Linha do Hospital do Sistema de Mobilidade do Mondego, em que esta empreitada se insere, faz a ligação da zona da Baixa de Coimbra e da Linha da Lousã à zona de Celas, onde se localiza um importante complexo de saúde (CHUC, IPO, Hospital Pediátrico), duas Faculdades (Medicina e Farmácia), bem como vários Institutos de Investigação e outros equipamentos de importância estratégica para a cidade e para a região.

 

Já a Linha Alto de São João – Serpins será a adaptação do Ramal da Lousã (desativado há 10 anos) à circulação de veículos do tipo Metrobus. Terá uma extensão de 30 km, ligará a Lousã a Coimbra e foi consignada por 27,3 milhões de euros, com um prazo de execução de 15 meses.

 

A cerimónia contou ainda com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, do presidente do Conselho de Administração das Infraestruturas de Portugal, IP, António Laranjo, e de vários vereadores e presidentes de Câmara da região, bem como outros autarcas e forças vivas do concelho e da região.

 

CM Coimbra / LUSA

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